Page 133 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
P. 133

Nos dias que se seguiram, o Instituto se transformou. Não era mais apenas
    um centro de pesquisa — era um farol de consciência, irradiando uma nova forma de
    ver o oceano.


           Alunos de outras ilhas vieram conhecer o mural. Professores pediam pales-
    tras, e cientistas renomados passaram a perguntar: “como escutar o mar”. A fre-
    quência descoberta por Takashi foi batizada de “O Sinal Boreal” e registrada em um
    banco internacional de sons oceânicos. Mas, para aqueles jovens, ela tinha outro
    nome: “A voz do recife.”


           Lívia  propôs  que  aquele  som  fosse  tocado  todas  as  manhãs  no  Instituto,
    como um lembrete de que o mar fala — e que agora, finalmente, alguém estava ou-

    vindo.

           No jardim de entrada, uma escultura foi instalada: um coral de vidro reci-

    clado, abrigando no centro uma cápsula idêntica à que deixaram no fundo do mar.
    Nela, a frase gravada reluzia sob o sol: “Prometemos proteger.”


           E assim nasceu o grupo dos Guardiões do Oceano — não como heróis,
    mas como ouvintes atentos, dispostos a compreender antes de agir. Eles sabiam que
    outras vozes precisavam ser escutadas, que outros recifes chamariam. E que, em al-
    gum lugar, algo muito errado se erguia no horizonte: uma ilha que jamais deveria
    existir.


           Mas isso..., essa já é outra história.
   128   129   130   131   132   133   134   135   136   137   138