Page 136 - Reino Silencioso_O Mistério dos Corais Desaparecidos
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Estavam todos ali, os jovens, Helena, Takashi e uma nova convidada, Dona
Yara, uma senhora que fazia parte de uma população indígena da região, estava en-
volta em seu xale azul-marinho, murmurando cantigas antigas que, segundo ela,
“acalmaram o mar desde os tempos da minha avó.”
Ao mergulharem, o oceano parecia abrir um caminho. A luz do sol filtrava-
se com uma clareza incomum, revelando camadas de vida em movimento — peque-
nos peixes, cardumes coloridos, e, no centro, a visão que paralisou o grupo por alguns
segundos.
Ali, diante deles, surgia um círculo perfeito de corais recém-nascidos, pul-
sando com tons que mudavam entre âmbar, verde-esmeralda e violeta profundo. As
estruturas cresciam em espiral, como se seguissem um ritmo próprio, quase musical.
Takashi aproximou-se lentamente com sua câmera de monitoramento, mas
acabou esquecendo de filmar. — “Eles estão... dançando,” murmurou, com olhos ma-
rejados. Helena assentiu: — “É o coração do recife... e ele está batendo mais forte.”

