Page 58 - Teatros de Lisboa
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Teatro do Príncipe Real / Teatro Apolo
Teatro do Principe Real (1865) / Teatro Apolo (1910)
O “Theatro do Príncipe Real” foi inaugurado em 1865, em homenagem ao Príncipe D. Carlos e futuro
Rei de Portugal, nascido em 28 de Setembro de 1863. O edifício projectado por Luís Ruas situava-se na
esquina na Rua da Palma, na freguesia de Santa Justa, em Lisboa. “Dois Pobres e Uma Porta”, em 3 actos e,
“Muito Padece Quem Ama”, em 1 acto, foram as comédias apresentadas na sua inauguração.
Recordo que na cidade do Porto, já tinha sido inaugurado, em 1855, um teatro com o mesmo nome o
“Theatro do Príncipe Real”. Começou por ser um barracão de madeira, e, em 1867, seria construído outro de
pedra e cal. Com a implantação da República em 1910, este “Theatro do Príncipe Real”, do Porto, passaria a
designar-se “Theatro Sá da Bandeira”.
No livro de Sousa Bastos, “Diccionario do Theatro Portuguez” , editado em 1908, pode-se ler:
«Francisco Vianna Ruas, avô dos actuaes emprezarios d'este theatro, era um afamado mestre d'obras e
proprietário d'uma estancia de madeiras á Boa Vista. Foi elle quem reedificou o theatro do Gymnasio. O velho
Ruas achou-se de uma vez emprezarioo do theatro de S. Carlos. Dera com os burrinhos n'agua o emprezano
lork, a quem o theatro fora adjudicado por três annos ; passou a empreza a Martins & C* e pouco depois a
Ruas & C.ª Este pouco tempo lá esteve ; mas ficou-lhe o vicio dos espectáculos. N'um terreno desoccupado
que havia depois da abertura da nova rua da Palma, á esquina da carreirinha do Soccorro, edificou Ruas um
salão, a que deu o nome de Wauxhall e realisou alli bailes de mascaras, que pouco resultado deram. Como
fosse infeliz na tentativa, mudou o nome para Salão Meyerbeer e alli realisou sem resultado também alguns
concertos. Aproveitando as paredes, transformou o salão n'um modesto theatro e convidou o actor Cezar de
Lima a associar- se a elle para formarcompanhia.
Assim foi, inaugurando-se o Theatro do Príncipe Real com a comedia em 3 actos, Dois pobres a uma
porta e a comedia em 1 acto, Muito padece quem ama, ambas imitadas por Aristides Abranches, e Rangel de
Lima.
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