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Teatro da Trindade


                                              Teatro da Trindade (1867)














































                     O "Theatro da Trindade" foi inaugurado em 30 de Novembro de 1867, pela "Sociedade do Theatro da
               Trindade", constituída em 10 de Outubro de 1866,  cujo director era Francisco Palha e associado aos capitães
               Francisco e Fortunato Chamiço, Duque de Palmela, Frederico Biester, Oliveira Machado, Freitas Guimarães,
               Ribeiro da Cunha, António Thomaz Pacheco, entre outros. O nome provem de um antiquíssimo “Convento da
               Trindade”, erguido no logradouro que então era arrabalde da cidade.

                     O local escolhido foi o terreno do antigo Palácio dos Condes de Alva, onde em 1735 o empresário
               italiano Alessandro Paghetti havia criado a “Academia da Trindade”, «o primeiro teatro popular de Ópera» que
               funcionou apenas três anos, tendo sido encerrada em 1738. «Foi em uma das casas alugadas defronte do
               convento  da Trindade, a  que deram  o nome de Academia,  que pela primeira vez se representou, para o
               publico,  a opera  italiana  em Lisboa»  in:  "O Real  Theatro  de  S. Carlos" livro de Francisco da Fonseca
               Benevides. Após o terramoto de 1755 o local albergava apenas restos do palácio e alguns casebres, que em
               1865 deram lugar às obras de construção do novo Teatro.

                     Acerca do director e  um  dos proprietários do  “Theatro da Trindade”, Gomes de Brito, redactor do
               «hebdomadario de caricaturas» de Raphael Bordallo Pinheiro, e de seu  nome  “O Binóculo”, em 10  de
               Dezembro de 1870:
                     «O sr. Francisco Palha tem uma casa  para  dar expectaculos  ao  publico; e como homem  de gosto,
               homem intelligente, e o mais acabado dos empresarios, espreita o gosto publico e serve-o a seu modo. O
               publico  paga?  Pois bem sirva-se o publico. O publico gosta? Pois  bem  attenda-se o publico.  E quando  o
               pubico se abhorrecer cá estou para lhe espreitar o appetite, para lhe variar os acepipes, e tambem, o que é
               justissimo, para receber os proventos, e auferir os lucros do meu trabalho e disvêlo. O que o digno empresario

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