Page 67 - Teatros de Lisboa
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Teatro da Trindade


               Maia. Aliás, já em “A Tragédia da Rua das Flores” Eça refere, e logo no inicio um espectáculo do Trindade, o
               que mostra a importância do teatro na época.

                     Foi longo o historial de empresários, actores e dramaturgos, que vão dos iniciais Francisco Palha e José
               Loureiro, a  Sousa Bastos, Amélia Rey Colaço, Francisco Ribeiro (Ribeirinho)  que ali dirigiu a companhia
               "Teatro  Nacional  Popular",  ou  Orlando  Vitorino  com  o  “Teatro  d’Arte  de  Lisboa”,  Couto  Viana  com  a
               "Companhia Nacional de Teatro"… e actores como Palmira Bastos, Eduardo Brazão, Assis Pacheco, Álvaro
               Benamor, Cármen Dolores, Eunice Muñoz, Rui Mendes, Raul Solnado…















































                     Em 1962 o Teatro da Trindade mudou de novo de mãos. Os herdeiros de José Loureiro venderam-no,
               por 8000 contos, à FNAT, atualmente designada INATEL. Sofreu novas obras de remodelação em 1967 e,
               embora com novos equipamentos técnicos, a atenção recaiu sobre a decoração, coordenada por Maria José
               Salavisa – a sala, antigamente em tons de vermelho e dourado, vestiu-se de dourado e azul. O novo Trindade,
               com novas cores, acolheu a “Companhia Portuguesa de Ópera” e todas as suas produções até à sua extinção,
               em 1975. Pelo meio, um pequeno período de temporadas partilhadas com a Companhia Rey Colaço-Robles
               Monteiro (entre 1970 e 1974), que havia sido desalojada do Nacional pelo incêndio em 1964 e que passara,
               entretanto, pelo “Teatro Avenida” e pelo “Teatro Capitólio” antes de se apresentar no Trindade. O 25 de Abril
               trouxe de novo ao “Teatro da Trindade” a  variedade de espetáculos e companhias, com apresentações  de
               ópera, teatro profissional e amador, cinema, bailados, operetas, a par das conferências e exposições.

                     Uma nova remodelação, desta vez profunda, teve lugar entre 1991 e 1992, com obras no telhado, na
               fachada, no átrio, na sala de espetáculos, no palco, no foyer, nos camarins, nas oficinas – no fundo, em todo o
               edifício, procurando torná-lo mais funcional e adequado às novas exigências de um teatro lisboeta daquela
               dimensão: o estúdio  de ensaios foi transformado na  “Sala-Estúdio”,  destinada à apresentação de teatro

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