Page 53 - Teatros de Lisboa
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Teatro do Ginásio
benemérito Manuel José Mendes, conhecido nos meios teatrais pelo «pae Mendes». Fazendo parte do
concelho de família do falecido Francisco de Andrade, já que o único herdeiro e filho deste ainda era menor de
idade, Manuel Mendes encabeçou a tarefa da reconstrução do “Theatro do Gymnasio”.
Foi formada a "Sociedade Dramática do Teatro do Gimnasio de Lisboa”, formada pelos banqueiros João
Nascimento Santos, Eduardo Maria Rodrigues e António Botelho que colocaram à disposição todo o capital
necessário, cerca de 1.500 contos (1.500.000$00). Esta empresa ficou encarregue de construir e explorar
este novo Teatro, durante determinado número de anos e em determinadas condições vantajosas para a viúva
e o filho de Francisco de Andrade.
As obras do novo Teatro foram efectuadas pelo construtor Domingos Mesquita, e dirigidas pelo
engenheiro Fernando Iglésias de Oliveira, seguindo o projecto do arquitecto João Antunes laureado da
Academia de Belas Artes. A pintura do tecto da sala de espectáculos ficou a cargo do mestre Domingos
Costa.
A capacidade do novo teatro ficou assim distribuída: Plateia: 380 lugares; Frisa: 27; Camarotes de 1ª
ordem: 29; Balcão de 1ª ordem: 80 lugares; Camarotes de 2ª ordem: 29; Balcão de 3ª ordem :100 e gerais de
na 3ª ordem para 250 entradas.
«Sendo a lotação do teatro, calculadas as frisas e camarotes com 5 pessoas, 1.335 espectadores e a
receita bruta, a preços moderados, poderá computar-se d'entre seis a sete mil escudos».
Anos mais tarde, foi convertido em cinema, até aos anos 50 do século XX, altura em que passa a ter a
classificação de cine-teatro, passando a ser obrigado a exibir por um período de três meses uma peça teatral
anualmente.
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