Page 49 - Teatros de Lisboa
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Teatro Nacional D. Maria II


               depois pelo grupo Apolo (ou Zeus) e as Musas, e encimado com as estátuas de Gil Vicente, de Tália e de
               Melpomene.

                     Durante um largo período de tempo, o Teatro Nacional foi gerido por sociedades de artistas que, por
               concurso, se habilitavam  à sua gestão.  Após a implantação da República passou a chamar-se  “Teatro
               Nacional de Almeida Garrett”.

                     A gestão mais duradoura foi a da “Companhia Amélia Rey Colaço / Robles Monteiro” ( companhia de
               teatro mais duradoura da Europa) que permaneceu neste teatro de 1929 a 1966, mas a mais célebre terá sido
               a da companhia Rosas e Brasão, entre 1881 e 1898, durante a qual foi ousada uma mudança de reportório
               sendo apresentadas as primeiras criações de peças de Shakespeare em Portugal.






















                                                      Salão Nobre                                                                           Átrio

                     Em 2 de Dezembro de 1964, pelas quatro e vinte da madrugada, o “Teatro Nacional D. Maria II ”  sofre
               um violento incêndio  que  apenas poupou  as paredes exteriores  e a entrada do edifício. Foi  nomeada uma
               comissão para a sua reconstrução imediata pelo então Ministro das Obras Públicas, Engº Arantes e Oliveira,
               tendo sido nomeado para a chefiar o arquitecto Guilherme Rebelo de Andrade. Este arquitecto já tinha sido
               responsável  pela reconstrução do  “Palácio Nacional de Queluz”  em 1934  e pela renovação do  “Teatro
               Nacional de S. Carlos”  em 1940.

                     O interior do edifício foi totalmente reconstruído respeitando o original estilo neoclássico tendo reaberto
               as suas portas só em 11 de Maio de 1978, com a representação do «Auto da Geração Humana», atribuído a
               Gil  Vicente  e,  «O  Alfageme  de  Santarém»,  de  Almeida  Garrett.  O  Teatro  Nacional  foi  reconstruído  e
               modernizado  em  relação  à  anterior  estrutura:  as  oficinas  de  construção  e  montagem  de  cenários  são
               subterrâneas e o palco é rotativo e possui elevador. Na cave estão o arquivo e respetiva biblioteca e, no último
               piso, a "Sala Estúdio".

                     Na sua reabertura foi muito discutida  em grande polémica, o nome  mantido de  “Teatro Nacional D.
               Maria II “. Muitos artistas e políticos defendiam a mudança de nome para “Teatro Nacional Almeida Garrett”.















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