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Teatro-Circo de Price


                                             Teatro-Circo de Price (1860)


































                     O original “Theatro-Circo de Price”, foi  fundado em 1853 por Thomas Price, um irlandês domador de
               cavalos, descendente de uma trupe de acrobatas, chegada a Madrid em 1847. Thomas Price pertencia a uma
               família inglesa de grande tradição circense, possuindo circos e theatros-circo em Espanha, Portugal e países
               escandinavos. Thomas Price morreria devido a um acidente, em 1878, sendo sucedido por outro domador de
               cavalos e cavaleiro, William Parish, casado com Matilde de Fassi, afilhada de Thomas Price.

                     O “Theatro-Circo de Price” teve a sua aparição em Madrid, no Paseo de Recoletos em 1853, tendo sido
               transferido para a Plaza del Rey, em 1880.

                     O “Theatro-Circo de Price”, em Lisboa, inaugurado em 11 de Novembro de 1860, veio ocupar o lugar da
               primeira praça de touros  em Lisboa a  “Praça do Salitre”  inaugurada  em 4 de Junho  de 1790  -  também
               conhecida por “Circo de Cavalinhos”, “Circo de Mme. Tournour”, “Novo Circo Price” e “Lisbon Amphitheatre
               Anglo Franco Português” - que existiu em Lisboa, na Calçada do Salitre, junto ao “Theatro do Salitre”, também
               conhecido por “Theatro de Variedades”. A iniciativa do inglês Thomas Price, com o seu grupo de ginastas e
               acrobatas estrangeiros impressionou a juventude lisboeta da  época  e esteve  na origem do atual  “Ginásio
               Clube Português”.

                     Segundo a revista “Illustração Portugueza”: «O Circo Price ficava situado do lado esquerdo da calçada
               do Salitre, defronte do velho theatro das Variedades. Era mais amplo que o actual Colyseu dos Recreios, e a
               sua enorme cúpula assentava sobre grossas vigas de madeira.»

                     No número do “António Maria” de Raphael Bordallo Pinheiro de 2 de Outubro de 1879, pode-se ler:
                     «No circo, diga-se para honra do nosso publico, emquanto a orchestra executa as delicadas sonatas
               dos grandes  mestres, reina sempre absoluto silêncio,  perturbado apenas por um ou outro  espectador que
               ladra ou por um cão que rebola das bancadas. Entretanto, isto que a muitos pode parecer recolhimento, é
               tambem um quasi nada somnolencia. A cidade mostar assim o seu respeito para com os immortaes classicos:
               admira-os e dorme.»
                     Como referiu o escritor Eça de Queirós, no livro “Os Maias” e lançado no Porto em 1888, o “Theatro-
               Circo de Price”  era um espaço extremamente popular, mas um lugar pouco confortável e abafado. Embora


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