Page 87 - Teatros de Lisboa
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Real Colyseu de Lisboa e Paraizo de Lisboa


               estivesse comprometido com sessões em Barcelona. Em 17 de Julho, o “Animatographo Rousby” exibir-se-ia
               no “Theatro-Circo do Príncipe Real” no Porto, em sessões a que assistiu Aurélio da Paz dos Reis. Seguiram-
               se Espinho e Figueira da Foz.

                     Inicialmente anunciado o "número" de Rousby como "Animatographo e Cinematographo", para 17 de
               Junho de 1896, as coisas correram  mal. O  "Real Colyseu de Lisboa"  não tinha electricidade e  o gerador
               alugado não foi eficaz, pelo que os 200 convidados tiveram de aceitar as desculpas de Rouby, ficando a
               sessão adiada para o dia seguinte. No dia seguinte, 18 de Junho de 1896, tudo correu bem , com os 8 filmes
               de 20 segundos a 1 minuto cada, exibidos.

                     Nessa altura, estava  em cena no  "Real  Colyseu de Lisboa"  a opereta em 3 actos  "O Comendador
               Ventoinha".  O  espectáculo de  "animatographo e cinematographo" foi apresentado num  dos intervalos, sem
               encarecer o preço, que era de 100 réis na "geral". Havia uma tela branca, para ecrã com a dimensão de 3,00
               mts. por 2,5 mts., com a projecção efectuada nas costa do ecrã, humedecido para aumentar a transparência.

                     Como explicou o DN na altura: «Mr. Rousby coloca o aparelho (…), ao fundo do palco, vindo as figuras
               projetar-se num quadro de tela fixado à boca de cena, algo que encanta e maravilha, por ser a reprodução da
               vida».
                     «Os circos são os primeiros locais que trazem as experiências científicas. O cinema aparece nos circos
               porque eles traziam companhias de palhaços, mas também traziam os chamados “fenômenos” e também as
               novidades técnicas. O  Real Coliseu  e o Coliseu dos Recreios eram  espaços  versáteis. Por isso, é que se
               chamavam teatros-circos. Isso é uma invenção portuguesa.» Margarida Acciaiuoli.

                     Em 1907 é gravado do 1º  fono-filme  em Portugal,  no palco exterior do  "Real Colyseu de Lisboa",
               efectuada  por João Freire Correia, proprietário da  "Fotografia Londres"  na  Rua  das Chagas, e Manuel
               Cardoso, com a participação da actriz Júlia Mendes. Esta película viria a ser exibida entre 2 actos da revista
               “Ó da Guarda”.


























                                       Foyer e sala de espectáculos do “Real Colyseu de Lisboa”


                     Em 12 de Julho de 1907 é inaugurado o famoso, e novo, “Paraizo de Lisboa”, na “Quinta da Folgosa”,
               nos  terrenos contíguos  ao  Colyseu.  Propriedade  de  Rodrigo  de  Sousa,  Carlos  Esteves,  João  &  José
               Vasconcelos, Lorjó Tavares e Jaime Victor, era um parque de diversões, na Rua da Palma entre o chafariz do
               Intendente e o “Real Colyseu de Lisboa”. A seguir foto do novo edifício do “Paraizo de Lisboa”.



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