Page 857 - ANAIS ENESF 2018
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Evento Integrado
Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
Título
A prática da automedicação em crianças menores de dois anos por pais ou responsáveis
Autores
PRINC APRES CPF Nome Instituição
x x 639.923.023-34 MARIA FABIANA DE PAULA LIMA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
802.930.933-34 Daniele Braz da Silva Lima Universidade Estadual do Ceará
Resumo
A automedicação consiste na escolha e utilização de medicamentos, isentos de prescrição, para alívio de sintomas de doenças
autolimitadas. Essa prática pode ter acertos e erros, trazendo potenciais riscos à saúde. O interesse pelo tema surgiu a partir de relatos de
mães ou responsáveis por crianças menores de dois anos, durante puericultura, acerca da utilização de medicações por iniciativa própria ou
indicação de outros. Diante disso, torna-se evidente a importância de estudos que identifiquem comportamentos relacionados à
automedicação em crianças. Objetiva-se analisar a prática da automedicação em crianças menores de dois anos por pais ou responsáveis,
buscando identificar as situações clínicas e os fármacos mais utilizados na prática, bem como a descrição de eventos adversos
apresentados por elas. Trata-se de um estudo transversal, descritivo com abordagem quantitativa, realizado na Unidade Básica de
Saúde Maria Rita Pereira dos Santos, localizada no bairro Vila Centenário, no município de Iguatu-CE. Participaram 52 pais ou
responsáveis, amostra obtida a partir da fórmula para cálculo de amostra finita, que responderam a um questionário estruturado, coletado
pela pesquisadora, no período de janeiro e fevereiro de 2016, enquanto esperavam por consulta na unidade e em visitas domiciliares.A
análise se deu por tabulação dos dados seguida de cálculos estatísticos descritivos, utilizando software Statistical Package for the
Social Sciences versão 20.0.Os resultados apresentam que 81% da amostra, sendo a maioria as próprias mães (83,7%), já praticou a
automedicação, com uma média de 2,7 (DP:1,4), a última prática em até 7 dias. A utilização de medicamentos sem prescrição foi a forma
de automedicação mais utilizada (93%), motivados pelo conhecimento próprio (72,1%) e orientação do profissional de saúde (69,8%). Febre
(93%), dor (44,2%) e gripe (37,2%) foram as situações clínicas referidas. Os fármacos utilizados foram antitérmicos (88,4%),
analgésicos (53,5%), polivitamínicos (30,2%) e soro nasal (27,9%). A minoria (7%) apresentou reação alérgica, exantema no corpo.
Diante disso, constatou-se que a automedicação em menores de dois anos é relativamente praticada sob a responsabilidade das mães, na
maioria, em casos de febre, dor ou gripe, utilizando antitérmicos e analgésicos. Pode-se concluir a necessidade vigente em educar a
população sobre o uso racional de medicamentos, principalmente na infância, considerando a relação risco-benefício dos fármacos.