Page 858 - ANAIS ENESF 2018
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           Evento Integrado
           Seminário Preparatório da Abrasco - 25 Anos da ESF
           Título
           Chikungunya em Fortaleza, Ceará: descrevendo uma epidemia no contexto da Atenção Primária
           Autores
           PRINC   APRES            CPF            Nome                                                               Instituição
              x           656.740.733-68  Samuel Carvalho Guimaraes  SMS FORTALEZA
                          008.213.103-13  Layanna Anselmo Martins    SMS
                     x    004.944.603-77  Antonio Bruno Sampaio Freitas  UFC
                          641.611.373-20  Emanoella Pessoa Angelim Guimarães  UECE
           Resumo
           Introdução: Febre Chikungunya é uma doença viral aguda transmitida por insetos Aedes Aegypti, com grande potencial de causar epidemias
           onde há infestação elevada do mosquito. Em 2016, a cidade de Fortaleza, Ceará, apresentou, pela primeira vez, um aumento de casos de
           Chikungunya definida como epidemia, que se intensificou em 2017. Objetiv: Este trabalho visa descrever demográfica e geograficamente a
           evolução da epidemia em uma área circunscrita da capital, sob responsabilidade sanitária de uma Unidade de Atenção Primária à
           Saúde (UAPS), comparando os anos de 2016/2017. Metodologia: Foram coletados dados das Fichas de Notificação (SINAN)
           preenchidas na UAPS Santa Liduína utilizando Microsoft Excel 2010 e analisados usando EPIINFO v.7.2.1.0. As notificações dos dois
           anos foram comparadas segundo sexo, faixa etária, mês de início dos sintomas e tempo até o diagnóstico. Os casos foram distribuídos
           geograficamente em mapas segundo mês dos primeiros sintomas. Discussão: De acordo com a análise, em 2016 foram notificados 176
           casos, sendo 28,98% do sexo masculino e 71,02% do sexo feminino. Em 2017 foram notificados 428 casos, com aumento
           percentual do sexo masculino (36,92%). A demanda da população por diagnóstico em 2016 foi progressivamente maior de fevereiro a junho
           (1,12,24,52,87 casos, respectivamente), tendo a mediana dos casos em 31/05/2016. Em 2017, a demanda cresceu de fevereiro
           a maio e reduziu substancialmente em junho (4,22,164,201,37 casos, respectivamente), com mediana mais precoce (03/05/2017). A faixa
           etária mais acometida em 2016 foi de 40 a 60 anos (32,95%). Em 2017, paciente mais jovens procuraram a UAPS (faixa de 20 a 40 anos,
           35,98%). Nos dois anos, mais de 75% dos suspeitos foram notificados ainda na primeira semana de doença. Conclusão: Em uma
           área com alta infestação de mosquitos, a receptividade da Chikungunya é elevada. Observamos que fatores locais, como por exemplo,
           a grande produção de resíduos sólidos provenientes de setores econômicos (comércio de alimentos), favorece a proliferação do vetor.
           Aliada a alta vulnerabilidade da população nunca exposta, vimos a sedimentação de dois anos seguidos de epidemia, com elevada
           repercussão no trabalho e no custo-efetividade da Atenção Primária.
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