Page 20 - LIVRO - A VIDA TEM DESSAS COISAS
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VAMOS LIBERAR







                         É proibido proibir!

                         Não  sei  se  foi  Caetano  Veloso  e  a  turma  dos  Novos  Baianos  quem
                  disse ou se foi Caetano Veloso e a turma Tropicália. A minha ignorância pode


                  facilmente  ser  resolvida  com  uma  consulta  àquele  que  se  tornou  pra  nós
                  modernos a maior e melhor ferramenta de aprendizagem. O Sr. Google. Filho

                  da mãe internet.

                         Seja quem tenha dita essa frase, ela foi pronunciada nos duros tempos

                  da  Ditadura  Militar  brasileira.  Não  é  o  caso  de  dizer  que  tudo  na  ditadura

                  tenha sido ruim. O excesso de regras e a eterna vigilância a tudo tornou o

                  sistema  insuportável.  Até  nem  se  pode  dizer  que  a  corrupção  era  marca

                  registrada da ditadura. Todos os governos brasileiros sempre foram corruptos.

                  A ditadura não fugiu à regra.

                         Mas deixemos de falar de ladroagem e voltemos para a questão da frase

                  do início.

                         Abusando do direito da liberdade que a ditadura nos tolheu, pessoas

                  cunharam  outra  frase  marcante,  ou  apenas  uma  versão  contemporânea  da

                  primeira: vamos Liberar.

                         As mulheres foram as primeiras a responder ao grito. Em praça pública

                  tiraram  seus  sutiãs  e  os  queimaram.  Fizeram  isso,  disseram  elas,  por  se

                  sentirem  aprisionadas,  não  reconhecidas,  marginalizadas,  inferiorizadas,

                  usadas,  enganadas,  agredidas  pelos  homens.  Não  estou  lançando  juízo  de

                  valor.

                         Compreendendo que só isso não bastaria tiraram agora a blusa, o short,

                  a  calcinha  e  ainda  em  praça  pública  mostraram  suas  partes  íntimas  não

                  depiladas para gritar pela liberação.
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