Page 82 - Nos_os_bichos
P. 82
Um dia, depois de se encher de coragem, perguntou-lhe:
- Olha… Sofy… queres namorar comigo?
- Estava a ver que não perguntavas. Óbvio que quero!
Os dois deram muitos carinhos um ao outro e, muito contentes, ficaram a
falar.
Mas havia uma coisa que não sabíamos! Era que o Casimiro, o papagaio,
gostava da Sofy. Como o desejo dele sempre fora namorar com a Sofy, quando
soube que ela e o Rodríguez namoravam, tentou de tudo para os separar. Ele
pensava, pensava e pensava… até que algo lhe veio à ideia.
Na manhã seguinte, o papagaio decidiu entrar em ação. A sua ideia era ir dizer à Sofy que o Rodríguez
já não gostava mais dela e que iria fugir. Mas tudo correu mal, pois, enquanto Casimiro planeava encontrar-se
com Sofy, esta e Rodríguez, que andavam ali por perto, descobriram os planos dele e desmascararam-no, tudo
com a ajuda da mãe de Sofy, com quem o Casimiro tinha arquitetado o seu plano e que, entretanto, se
arrependera de querer contrariar o namoro da filha às custas de uma mentira.
- Eu tenho uma boa explicação para isto tudo… juro que tenho! – exclamou o papagaio muito assustado.
- Então dá-nos a tua explicação, porque duvido que haja uma boa para isto. - disseram Sofy e Rodríguez,
ao mesmo tempo.
- Eu também estou apaixonado por ti já há muito tempo, Sofy! - e apontou para ela – Queria separar-
vos, para tentar conquistar-te, mas já vi que isso não foi boa ideia. Vocês ficam muito bem juntos e merecem
ficar um com o outro. Estou muito arrependido… Perdoam-me?
- Ó meu amigo, – disse Sofy – eu não te vejo como namorado, mas sim como um amigo. Claro que te
perdoamos, mas não voltes a trair a minha amizade.
Foi assim que, poucos dias depois, teve lugar um belo casamento. Sofy e Rodríguez tiveram uma vida
longa e cheia de felicidade. Casimiro, por seu lado, aprendeu a importância de aceitar a diferença e começou a
dar mais valor à verdade.
Sofia Francisco
Lobito
Era uma vez um lobo chamado Lobito que se sentia muito só, tudo porque os seus amigos tinham partido
para uma terra distante e, devido à doença dos seus pais, a sua família não podia fazer a migração anual dos
da mesma espécie. Para piorar tudo, mais tarde, os seus pais acabaram por morrer e o Lobito acabou por ficar
sozinho.
Nessa altura, triste, só e abandonado, Lobito decidiu ir à procura da matilha mas, a meio do caminho,
percebeu que não conseguia fazer aquela viagem sozinho e que precisava de amigos que o acompanhassem.
Mas quem o poderia ajudar? Ele era o único da sua espécie que não tinha partido para as terras a norte, onde
as temperaturas eram mais favoráveis à sua vida e criação.
82