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Em todas as madrugadas                                    Da servidão,

                              Te chamei, e                                              E permaneci no saltitar dos pardais …

                              Me deste a beber o degredo,
                                                                                        … Das tuas mãos, já não guardo o sangue da
                              Flagelo que nessas auroras beijei,

                              Não calei,                                                inocência
                                                                                        E das palavras,
                              Os cardos com que abraçaste
                              Meu corpo de segredo!                                     Cuja resistência inflamada em gestos,
                                                                                        Depurava as telas da sobrevivência.

                              Porém, vigiei holocaustos previsíveis
                                                                                        Se, em ténues tardes geradas em debandada,
                              Nas sangrentas sarjetas

                              Do sobressalto.                                           derramaste o veneno das Víboras
                                                                                        No rosto das crianças,

                              Inquisição,                                               Nada mais resta!…

                              Não! …
                                                                                        … Apenas as sombras poderão ainda escorrer

                              Que nem o firmamento suportaria                           fantasmas de suplício,

                              Tão vil aberração!                                        Castrados,

                                                                                        Ó demente acorrentado!
                              E, nessas febris madrugadas
                                                                                        Na silenciosa seiva desperta, hão-de permanecer
                              Vomitei a loucura, na cegueira dos                        intactas,
                              teus olhos,
                                                                                        Ousadas gargalhadas de flores ressurrectas.
                              Até sucumbir à náusea

                              Da solidão maior…


                              … Do medo, retaliei o último grito…

                              Despi-me, qual poeta, arauto do
                              vento,
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