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AZUL
Nos búzios que deixaste na enseada
qual lembrança Mas, na praia onde tudo ainda corre devagar,
Eu queria ver-me com fôlego e coragem de chegar
Ensaio valsas.
Nos beijos que não deixaste, plena de mim,
Quiçá cantando de novo para o mar,
Invento amor.
Quiçá orando pela minha impotente condição
Nos estilhaços do meu corpo feito
ventre de mulher, humana,
Agradecendo o amor que tive em plena Primavera
Imagino o meu filho.
de nós.
Na enseada do meu corpo,
Inventar um filho e com ele construir castelos de
Tudo corria devagar.
areia,
Nesse tempo eu cantava para o mar Brincar com as ondas, apanhando búzios e voltar
E ainda beijava o firmamento de a descobrir
todas as pequenas dádivas Conchas novas.
Que a poesia sempre me ensinava.
Entre búzios e conchas, simplesmente Ensaiar um poema maior feito de beijos e
palavras sábias
te contemplava
E tentava descobrir outras conchas Para te emoldurar o rosto e a memória, meu
amor
mais,
Sendo feliz até nos temporais. Num hino feito de luz e de azul.