Page 37 - Apresentação do PowerPoint
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NOS CORNOS DA VIDA
Não! Com laços cor de rosa?!
Não sou filha de ninguém! Não sei!
Contraceno sozinha nos cornos da vida. Nada me dói, nada me poderá jamais doer.
Sou toda a presença!
Sou todas as ausências. Quais insultos, alegrias, ou frustrações…
Eu, não sou filha de ninguém!
Contraceno com as disformes sombras Criei-me entre as pedras, e os espaços alheios
da cidade adormecida E as marionetas,
Numa insónia…rebolo-me na ventania. No erotismo das palavras…
Beijo folhas de árvores caídas, gotas de Sou todas as ausências entre as presenças,
chuva breves e o olhar de Sou todas as reticências…
Mais um mendigo…fulminante quanto Nos cornos da vida.
ausências.
Nada me dói… – somente as palavras Sou a insónia do vosso sono, a vossa maldição,
E não volto ao que fui, pois que jamais sei o
lançadas como farpas!
que era
Eu, que nunca fui filha de ninguém! Antes de ser o que sou hoje.
Em todas as palavras me procuro,
Em quase todas me encontro Contraceno sozinha nos cornos da vida.
Minha certidão de nascimento?
Um deserto feito de penhascos,… ou
escorpiões atormentados,
Palavras belas arquitectadas no útero da
poesia, … ou prostitutas