Page 42 - Cinemas de Lisboa
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variedades. Em 1916, por iniciativa de Castello Lopes, assume-se definitivamente como o Cinema
Condes».
A estreia do “Theatro da Rua dos Condes” como cinema e teatro de variedades, ocorreu a 30 de Janeiro
de 1915, pela ”mão” da “Empreza do Salão Olympia” propriedade de Leopoldo O’Donnell, com o filme
italiano “Cleópatra”. O jornal “A Vanguarda” no dia seguinte escrevia:
«A Empreza do Salão Olympia inaugurou hontem aquelle theatro com espectaculos de «cine» e
variedades.(...). «Las Hermanas Sanches» uma «parelha» de baile pouco propria para uma casa da
cathegoria em que a Empreza O'Donnel quer collocar o Rua dos Condes. Apresente a empreza uma
Dorita Ceprano, Isabel Perez, Mary-Marima, Estrella d'Andaluzia, Paquita Escribano, Eloisa Carbonell e
muitas outras e então sim. No entanto louvamos a iniciativa.
O theatro foi restaurado. A pintura a branco e ouro dá-lhe um bonito aspecto. Assitencia muito escolhida.
Ao espectaculo assistiu o sr. ministro da Bélgica. Fazemos votos por uma longa vida e prosperidades.»
Mas apesar destes simpáticos votos … as receitas insatisfatórias levaram rapidamente o primeiro
empresário do animatógrafo, a abandonar o projecto. Depois de voltar a teatro a 26 de Março do mesmo
ano com a reposição da revista “Feira da Vida”, encerra a 17 de Abril do mesmo ano e reabre a 18 de
Novembro de 1915, com a «revista lyrico phantastico Quadros Vivos».
Contudo, José Martins Castello Lopes viu no espaço uma oportunidade a aproveitar, e a 5 de Fevereiro
de 1916 deu início à exploração do espaço pela empresa “Castello Lopes, Limitada.” passando, desde
então, a utilizar a designação oficial de “Cinema Condes”, tendo mandado pendurar sobre o ferro forjado
das varandas dos primeiro andar dois letreiros com a nova designação. O edifício, construído em 1888,
foi, no Verão de 1919, alvo de obras que alteraram significativamente o seu interior, aumentando a sua
lotação e transformando o ambiente e a disposição da sala.
Esse mesmo edifício manteve-se no activo enquanto cinema até 1951, ano da sua demolição, para dar
lugar a uma sala construída de raíz - projecto do arquitecto Raúl Tojal - especificamente para o efeito,
com capacidade para 907 espectadores.
O novo “Cinema Condes” dispondo de plateia, 1.º e 2.º balcões, com espaços de apoio ao público, como
bar tabacaria e bengaleiros seria Inaugurado a 30 de Outubro de 1952, com o filme “Encontro com o
Destino”.
«A sua fachada moderna decorada com um enorme baixo-relevo de Aristides Vaz, indiciava as
preocupações que se tinham posto no interior do recinto, expressas na confortável sala que se
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