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Capítulo 2

abre e fecha de acordo com suas necessidades. Em épocas de chuva, é
mais provável que elas permaneçam abertas, pois a disponibilidade de
água é maior. Já nos dias mais secos, aumenta a possibilidade de que a
empresa as feche, priorizando o abastecimento de água para a indústria.
Atualmente, a Fibria produz cerca de 2,3 milhões de toneladas de celulose
branqueada de eucalipto por ano, e isso somente para o abastecimento do
complexo industrial que está localizado no município de Aracruz, segun-
do documento disponibilizado pela própria empresa (FIBRIA, 2016, p. 5).
Desta forma, para garantir toda essa produção, a indústria possui uma
demanda muito grande de volume de água. Por dia, ela consome cerca de
250 mil m³ de água.

[...] se fosse água captada, tratada e distribuída pela CESAN
(Companhia Estadual de Saneamento), pelo volume industrial, a
conta de água da Aracruz Celulose seria de um valor semelhante
a R$ 16 milhões mensais! (FASE, 2006, p. 39).

Diante das informações mencionadas, é possível ter uma noção do volu-
me de água que é necessário no processo de produção da celulose e como
essa atividade gera impactos na vida das pessoas da comunidade de Barra
do Riacho e adjacências, sobretudo considerando que se trata de uma co-
munidade pesqueira, que vive dos recursos do rio e do mar.

Outro fator importante a ser mencionado é em relação à localização geo-
gráfica da indústria, ou seja, o local onde ela se estabeleceu. Cabe ressal-
tar que a Aracruz Celulose/Fibria se instalou justamente numa área onde
há uma grande disponibilidade de recursos hídricos. Um lugar estratégi-
co que foi e ainda é fundamental para manter e garantir a produção do
complexo industrial. O mapa a seguir (figura 3) representa a configuração
dos desvios de recursos hídricos que abastecem a indústria de celulose.
Nele se observa, também, a proporção da bacia hidrográfica do rio Doce,
o qual possui uma função fundamental no que se refere ao desvio de re-
cursos hídricos por meio do canal Caboclo Bernardo.

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