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Vidas de Rio e de Mar: Pesca, Desenvolvimentismo e Ambientalização
[...] eles colocam as comportas, tá? Artificial. Proibindo o segui-
mento da água, né. E aí, por escavação, né, ele faz tipo um canal
por gravidade. E lá na frente, na Mãe Boa, tem a bomba de sucção
que joga a água nessa barragem principal dela. [...] Para que...
uma segurança, né, de segurança do negócio dela, né... pra ela,
puxa água de lá, ou, retorna, ou guarda a água lá, naquela barra-
gem lá. Então ela faz esse controle, né [...].
[Ativista ambiental e morador da região, em entrevista realizada em
26 de junho de 2017 pela equipe do Grupo de Estudos e Pesquisas
em Populações Pesqueiras e Desenvolvimento no Espírito Santo].
Importante destacar, ainda, que essa prática de sucção da água do rio
através do desvio de água pela presença das comportas traz problemas
para a comunidade, sobretudo na área da pesca, pois há interferência no
fluxo de água, impedindo que ela desemboque no rio Riacho, como deve-
ria. Por conta disso, os peixes não descem rio abaixo e acabam morrendo
na metade do caminho, justamente onde estão localizadas as comportas
controladas pela Fibria. Abaixo, as imagens das comportas:
Figuras 1 e 2: Fotos tiradas durante trabalho de campo realizado no dia 26
de junho de 2017. Da esquerda para a direita, a primeira imagem mostra
uma das quatro comportas existentes no local aberta, e a segunda mostra
outra comporta fechada.
Fonte: autoria própria.
Com base nas imagens, observa-se o mecanismo criado para manter o
controle da vazão do fluxo de água no rio Riacho. Nesse local, existem
quatro comportas, sendo estas administradas pela Fibria, e a empresa as
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