Page 115 - Trabalho do Ir.`. Ap.´. Prof. VALDINEI GARCIA
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Assim, o giro do Tronco é obrigatório e tem a sua suspensão quando é terminada a coleta em
cada sessão.
Apesar da obrigatoriedade do procedimento, sabiamente o giro não permite que se saiba quem
deu mais, ou menos, ou quem nada pode dar. A prática individual da virtude da solidariedade é
concebida durante o giro com a mão direita fechada introduzida no recipiente (bolsa, ou saco)
logo abaixo da abertura. Em ato seguinte o contribuinte retira a mão completamente aberta.
Em Maçonaria, sem qualquer proselitismo religioso, ensina-se que o Tronco se inspira na moral
dos velhos princípios hebraicos e posteriormente sublimados pelas palavras do Evangelho –
“Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua (mão) esquerda o que faz a tua direita” (Mateus,
6,2-3).
No tocante aos recursos que cada Maçom dispõe para a caridade, o ensinamento praticado
desde os mais remotos catecismos maçônicos (base dos rituais) inspira-se na oferta da pobre
viúva (a Viúva e o Gazofilácio), cuja contribuição “Jesus” considerou mais valiosa e significativa
do que todas as outras ali depositadas.
É oportuno salientar que a prática da beneficência é divisa de toda a Maçonaria, independente
do Rito praticado ou da sua vertente originária (francesa ou inglesa).
Apenas o que pode se diferenciar entre Ritos e Trabalhos maçônicos são os procedimentos
ritualísticos para a coleta.
É então imperativo se compreender que se existem Ritos, ou Trabalhos (do Craft) que não
possuam passagens ritualísticas como o da circulação do Tronco, isso não significa em hipótese
alguma que nestes não exista a prática da solidariedade e caridade maçônica.
A questão é apenas de como se pratica a caridade, pois independente do modo ou artifício ela é
unânime em toda a Sublime Instituição.
Finalizando, espero ter contribuído para o esclarecimento ao mesmo tempo em que ratifico, por
razões acima expostas, que não é possível uma Loja instituir taxas, doações, ou limites
monetários para a prática da beneficência.
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