Page 32 - Trabalho do Ir.`. Ap.´. Prof. VALDINEI GARCIA
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Havia aí treliças em forma de redes, festões em forma de pequenas correntes, nos capitéis que
encimavam as colunas, sete num capitel, sete no segundo capitel. Ele fez duas ordens de romãs
em torno de uma das treliças, para cobrir o capitel que encimava uma das colunas; e o mesmo
fez para o segundo capitel. Os capitéis que estavam no alto das colunas, no pórtico,
representavam lírios com quatro côvados de altura. Os capitéis colocados em cima das duas
colunas eram rodeados de duzentas romãs, no alto; junto da êntase que ficava além da treliça,
havia também duzentas romãs colocadas em torno do segundo capitel. Ele levantou as colunas
no pórtico do Templo; levantou a coluna da direita e chamou-a de Jachin; depois levantou a
coluna da esquerda e chamou-a de Booz. E por cima das colunas havia um trabalho
representando lírios. Assim foi terminada a obra das colunas.”
Fundamental também, para tirarmos nossas conclusões, é o seguinte comentário de Boucher,
feito na sequência: “Lendo atentamente a descrição das Colunas, poderíamos deduzir
logicamente que havia dois capitéis superpostos: um de 5 côvados de altura, o outro de 4, o que
levaria a altura total das colunas a 27 côvados, ficando o módulo igual a sete. Aliás, o texto
bíblico fala de sete fileiras de pequenas correntes, de um lírio com quatro côvados de altura e
de capitéis com cinco côvados de altura. Se o capitel tinha uma altura de 5 côvados e os lírios 4,
restaria apenas uma altura de um côvado no qual teriam de ser localizadas as sete fileiras de
pequenas correntes; estas seriam então de dimensões muito pequenas e muito pouco visíveis a
uma altura de 10 metros. A Bíblia não menciona nenhum pedestal e é provável que estes não
existissem; as colunas deveriam ser colocadas diretamente na terra, sobre uma base de pedra.
Essa duas Colunas eram semelhantes, idênticas. Somente suas posições, à direita e à esquerda, e
os nomes que lhes foram dados as diferenciavam.”
Ainda usando do pensamento de Boucher, ele diz que a Bíblia é formal, ou seja, ela coloca Jakin
à direita e Boaz à esquerda, o que está em conformidade com o simbolismo tradicional e
universal. Já no que tange à Maçonaria ele comenta que o Rito Escocês coloca as colunas
respeitando essas posições, mas, o Rito Francês inverteu as respectivas posições, e que, nada
justificaria essa mudança, nem mesmo o fato de que elas foram um dia transpostas do lado de
fora para o lado de dentro do Templo. E alerta que apesar dos diversos autores envolvidos com
essa outra questão, ela ainda continua confusa, sendo que ele credita à mesma, como tendo
começado a partir do momento em que as colunas foram introduzidas no Templo, e entende
que deveriam ficar na parte externa.
E com relação a algumas das confusões que soem acontecer, é interessante registrarmos aqui o
que foi publicado pelo Irmão Roberto Ribeiro em seu trabalho intitulado “As Colunas B e J no
Templo”: “Contudo a confusão se estabelece com a elaboração dos nossos rituais que,
descrevendo o Templo, ou, até mesmo, demonstrando-o por meio de uma planta, que ora
mostra as colunas do lado de dentro do Templo; ora as mostra do lado de fora.
Superficialmente, analisando diversos rituais, verificamos que, embora os nossos templos
sejam a representação simbólica daquele construído por Salomão, as colunas, que deveriam ser
fixas, dadas as suas históricas proporções, características e material nelas empregado (bronze;
quatro dedos de espessura; cerca de 23 côvados de altura – mais ou menos 15 metros, etc.), são
constantemente mudadas de lugar, atendendo muito mais às pretensões de quem seja o
inventor do novo ritual; em indesculpável preterição daquelas informações contidas nas fontes
históricas e, destacadamente na Bíblia. E tal questão ainda não está pacificada.”
Até aí, tudo é passível de ser contornado, se aceitarmos o fato de que o Templo de Salomão era
exatamente como o descrito na Bíblia, e que o templo maçônico não é uma réplica do Templo
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