Page 33 - Trabalho do Ir.`. Ap.´. Prof. VALDINEI GARCIA
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de Salomão. E não é, mas, não sendo, porque as discussões? Bem, a Bíblia não muda..., ou muda?
            O  Irmão  Theobaldo  Varoli  Filho  aponta  para o  fato  de  que  diferem as  dimensões  do  par  de
            colunas nas narrações bíblicas e nas diversas vulgatas. E os rituais mudam? Sim, a resposta foi
            dada no parágrafo anterior, e para explicarmos o porquê, recairíamos no tema que foi objeto do
            artigo anterior, e que já era motivo de reflexões lá nos tempos bíblicos: “vaidade das vaidades,
            tudo                                          é                                          vaidade.”

            O Irmão Kennyo Ismail, por seu turno, dá a resposta que julgo melhor fundamentada para a
            pergunta do título do seu artigo “As Colunas São  Dentro ou Fora  do Templo?”, e que vem a
            calhar          para          o         nosso          propósito           aqui.         Vejamos:

            “A resposta é: DENTRO. Sem sombra de dúvidas. Alguns ritualistas de plantão não gostarão,
            mas  vamos  lá.  Deve-se  ter  em  mente  que  o  templo  maçônico  não  é  uma  réplica  nem  uma
            miniatura do Templo de Salomão. O templo maçônico na verdade é simbolicamente inspirado
            no Templo de Salomão. Vejamos: por um acaso, nossos templos possuem o altar do holocausto
            com fogo? Os dez castiçais? As 400 romãs? A mesa de ouro para pães? Vasos, bacias, colheres,
            varais  e  véus? Decoração com querubins, palmeiras e  flores? Já o Templo de  Salomão, tinha
            tronos  para  Primeiro  e  Segundo  vigilantes?  Esquadro  e  Compasso?  Sol  e  Lua?  Colunetas  de
            ordens de arquitetura gregas? Colunas zodiacais (REAA)? Maço e cinzel, nível e prumo? Fica
            evidente que o templo maçônico não é uma cópia do Templo de Salomão, recebendo apenas
            inspiração  deste.  Essa  inspiração  está  presente,  por  exemplo,  na  orientação  do  Templo  em
            Oriente, Ocidente, Norte e Sul; nas Colunas J e B, no Mar de Bronze (presente em alguns ritos).
            Sendo  o  templo  maçônico  um  templo  simbólico,  seus  símbolos  devem  estar,  antes  de  tudo,
            visíveis para que sirvam de ensinamento àqueles que no templo se encontram. Ora, as colunas J
            e  B são os símbolos fundamentais  de  um templo maçônico, referência para  os Aprendizes e
            Companheiros, presentes inclusive em seus ensinamentos. Os ritualistas deveriam defender os
            rituais, e não modificá-los. Infelizmente, não é isso o que acontece. Tanto os antigos rituais do
            Rito Escocês como os do Rito de York, e aqueles que derivam desses, têm claramente as colunas
            no lado interno do templo. Aqueles que defendem as colunas no lado externo, ou seja, no átrio,
            não se baseiam nos rituais maçônicos, e sim na descrição bíblica. São como radicais religiosos,
            interpretando  as  Escrituras  Sagradas  ao  pé  da  letra  e  exigindo  o  cumprimento  daquela
            interpretação  como  uma  verdade  absoluta.  Simplesmente  não  entenderam  que  o  templo
            maçônico definitivamente NÃO é o Templo de Salomão, possuindo inclusive símbolos de outros
            povos  e  épocas  posteriores,  como  as  Ordens  Arquitetônicas  comentadas  anteriormente.  Se
            quiserem colocar as colunas do lado de fora  do templo, deveriam colocar também o Mar de
            Bronze.  Já  que  defendem  que  no  Altar  de  Juramentos  representa  o  Altar  do  holocausto,
            deveriam tacar fogo nele e jogá-lo no átrio. A festa estaria completa, com a Bíblia seguida à risca
            e  o  Templo  sem  altar  e  sem  colunas.  Isso  poderia  ser  qualquer  coisa,  menos  um  templo
            maçônico.“

            Como pudemos observar, nada melhor que consultar vários estudiosos... Aliás, na questão dos
            ornamentos  das  colunas,  o  Irmão  Theobaldo  Varoli  Filho,  grande  estudioso,  pronunciou-se
            assim: “Quanto às interpretações maçônicas dos ornamentos das duas colunas, a verdade é que
            se baseiam simplesmente em tradições da Ordem e não na realidade bíblica. E faço questão de
            usar  esse  pensamento  do  Irmão  Varoli,  para  que  atentemos,  por  exemplo,  para  algumas
            limitações que acabam surgindo em nossas pesquisas, ou quem sabe, algumas encruzilhadas...
            Uma delas, eu diria que, é esse item 6, referente ao verbete COLUNAS SALOMÔNICAS, do “Vade-
            Mécum  Maçônico”  do  Irmão  Girardi,  e  que  diz  assim:  “São  estéreis  as  discussões  sobre  os
            Globos, um, celeste, e outro terrestre, encimando os capitéis. É lícito estudar esses globos em



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