Page 46 - Trabalho do Ir.`. Ap.´. Prof. VALDINEI GARCIA
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contas, quando um policial quer que um cidadão se movimente, ele diz “circulando, circulando!”
            e não “circum-ambulando, circum-ambulando!” ou “circunvoluindo, circunvoluindo!”

            Assim entende-se por circulação no templo, a conduta de caminhar corretamente no interior do
            Templo em conformidade com a ritualística adotada pela Hierarquia Maçônica.

            2.     Tipos De Circulação No Templo

            A  Maçonaria  possui  modelos  de  circulação  que  variam  conforme  o  adotado  pela  hierarquia
            maçônica.  Há  a  circulação  em  sentido  anti-horário,  chamada  de  sinistrocêntrica  (rara);  a
            circulação  em  sentido  horário  no  Ocidente  e  anti-horário  no  Oriente  (mais  rara  ainda);  e  a
            circulação apenas em sentido horário, conhecida como destrocêntrica, adotada no REAA (muito
            popular no Brasil).
            Assim, dois são os sistemas que disciplinam a circulação no interior da Oficina: destrocêntrico
            ou solar e sinistrocêntrico, também conhecido por polar.

            O primeiro sistema, o destrocêntrico (dexter, latim=direita), consiste em caminhar pela direita
            voltada diretamente para o lado interno do ponto de referência que é o Painel do Grau, isto é, a
            direita fica do lado interior de um círculo imaginário, enquanto a esquerda fica do lado exterior
            desse.

            A caminhada, portanto, é no sentido dos ponteiros do relógio ou sentido horário. Ao ingressar
            no  Templo,  o  maçom  anda  em  direção  ao  Oriente  (Leste),  estando  “entre  colunas”,  pela
            esquerda, passando pelo Setentrião (Norte), tendo a sua direita direcionada ao centro desse












            círculo imaginário, cujo ponto central é o Painel do Grau.


            Retornando do Oriente (Leste) para o Ocidente (Oeste), fará o inverso. Terá sua direita voltada
            para o centro desse círculo imaginado e  sua  esquerda  próxima  ou  voltada  para a  coluna  do
            Meio-Dia (Sul).

            Em  qualquer  parte  que  se  encontre  o  maçom  no  Templo,  sempre  fará  o  percurso  tomando
            como base a direção dos ponteiros do relógio.

            O outro sistema, o sinistrocêntrico (latim, sinister=esquerda), é o inverso do destrocêntrico.
            O obreiro, na mesma posição “entre colunas”, de frente para o Oriente (Leste), para reforçar o
            entendimento, começa seu giro pela direita que corresponde sua esquerda direcionada para o
            ponto central desse círculo que se imagina. Sua direita volta-se para a coluna do Meio-Dia (Sul),
            observadas as mesmas regras do destrocêntrico, como o sinistrocêntrico.
            Assim sendo, a Maçonaria possui modelos de circulação, cuja escolha de um deles é resultante
            de  simples  discricionariedade  conferida  às  Obediências.  É  claro  que  cada  tipo  de  circulação
            maçônica  tem  seus  motivos  de  existir  e  suas  explicações,  sendo  que  no  presente  trabalho
            destacaremos as principais justificativas para eleição de determinado sistema.



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