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Pública em parceria com o DataFolha a respeito do tema, com destaque aos
problemas estruturais na área da segurança pública.
Dentre os números mencionados, citou a superlotação do sistema
prisional (750 mil presos para 350 mil vagas, sendo 40% presos provisórios)
e o domínio de facções criminais. Citou, ainda, as altas taxas de homicídio,
que em 1980 eram 11/100 mil habitantes. “Na atualidade, são perto de
trinta para cada cem mil. Um problema gravíssimo, porque o Brasil
é, hoje, o país onde mais morrem pessoas no mundo por homicídio:
sessenta mil ao ano”, observou. Em 2012, o país concentrou 11,4% dos
homicídios do planeta, sendo que a população representa apenas 2,8% do
total.
O professor Rodrigo também analisou a discrepância quanto ao
valor aplicado no combate à violência, na segurança pública, nas prisões e
em medidas socioeducativas no Brasil em 2013. No total, foram 258 bilhões
de reais aplicados, sendo 192 bilhões de reais como custo social da violência
(seguros, segurança privada, sistema de saúde e perdas humanas), 61,1
bilhões de reais efetivamente em segurança pública e apenas 4,9 bilhões de
reais investidos em prisões e unidades de medidas socioeducativas.
Para o sociólogo, diante de todo o quadro, chega-se à conclusão de
que não há consenso de como devem ser feitas as reformas nesta área. “Na
realidade, há uma disputa no campo da segurança pública, que pode
ser definida em quatro segmentos. Movimento da Lei e Ordem
(polícia, armas e prisões); Crítica Radical (polícia como instrumento
de dominação de classe e a impossibilidade de reformas;
Corporativismo (defesa de prerrogativas e vantagens, em especial
pelos agentes de segurança), e Reformismo radical ou moderado
(reformas estruturais e mudanças incrementais)”.
A advogada e especialista em Políticas de Segurança Pública,
Regina Maria Filomena de Luca, falou sobre a situação atual do sistema e da
incapacidade de gerir a Segurança Pública.
Ao apontar para o atual cenário da área, Regina Maria Filomena de
Luca não escondeu sua descrença com a realidade. Responsável pela
Secretaria Nacional de Segurança Pública nos anos de 2011 até 2016, ela
contabiliza a desconfiança generalizada da população no país e nas
instituições. “Não se confia mais na polícia, na Justiça e nos políticos,
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