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Por  fim,  o  promotor  de  justiça  criticou,  de  forma  veemente,  a
               metodologia de execução penal que se utilizava do modelo das Associações
               de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC’s), por entender que tal
               metodologia não teria sucesso se empregada para  os chefes  de  facções
               criminosas.

                      Após  as  exposições  dos  representantes  do  Ministério  Público,  a
               Comissão Especial  da Segurança Pública ouviu as  palavras de Orlando
               Faccini Neto, Juiz de Direito da Vara do Tribunal do Júri de Porto Alegre.

                      Reconhecendo  que  o  tema  é  de  extrema  complexidade,  Orlando
               Faccini Neto propôs, de início, a  ausência  de  ideologização quando em
               debate a Segurança Pública.
                      Para o Juiz, o aumento do índice de crimes violentos letais encontra
               justificativa na baixa adesão normativa, na facilidade de acesso às armas
               ilegais, no tráfico de drogas e na banalização da vida pelo próprio Estado.

                      Orlando Faccini Neto  lembrou que a sociedade brasileira tem
               dificuldade em cumprir o regramento legal: “Por  razões  que  não  me
               cumpre discutir, temos dificuldades em cumprir as leis”. A título de
               exemplo, destacou a não adesão às regras da própria audiência pública pelos
               participantes, visto que não foi  observado, inclusive por ele, o tempo de
               apresentação previamente estipulado.

                      Depois, o magistrado disse inexistir um programa estadual e/ou
               nacional de controle de armas de fogo ilegais, fator determinante para se
               diminuir o número de homicídios: “(...) as pessoas matam com armas de
               fogo, e como corolário disso é preciso diminuir-se o acesso às
               armas. (...) Nos Estados Unidos, o que acontece é que o problema
               são  as  armas  legais.  No  Brasil,  são  as  ilegais.  Isso  precisa  ser
               controlado.”

                      Outro aspecto que exige uma política pública eficiente por parte do
               Estado é a questão do tráfico de entorpecentes, segundo o painelista. Mostra-
               se fundamental haver uma integração entre Estado e comunidade para retirar
               os jovens da traficância.

                      Por fim, Orlando Faccini Neto disse haver uma “banalização da
               vida pelo próprio Estado”. Isto porque, para ele, o preceito secundário da
               norma penal do homicídio deveria prever uma pena superior às atualmente

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