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1. INTRODUÇÃO

                      A  criação  da  Comissão  Especial  da  Segurança  Pública  na
               Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul foi  motivada pelo evidente
               aumento da criminalidade em solo gaúcho nas últimas décadas. Crescimento
               esse que provocou o clamor da população, que é diretamente afetada pela
               curva ascendente de furtos, roubos, latrocínios e homicídios. A sociedade
               pede socorro e exige que o poder público assuma sua responsabilidade e
               tome providências  para que o  cidadão possa andar  pelas ruas com
               tranquilidade, sair de casa e voltar com segurança.

                      Nos últimos anos, testemunhamos uma escalada da violência em
               nosso  Estado.  Alguns  episódios  trágicos  simbolizaram,  infelizmente,  o
               momento crítico que vivemos. Um deles foi o emblemático assassinato da
               vendedora Cristine Fonseca Fagundes, 44 anos, enquanto buscava o filho de
               13 anos na escola. O homicídio ocorreu em frente ao Colégio Dom Bosco,
               em Porto Alegre. A morte de Cristine gerou comoção pela circunstância e
               brutalidade. Não podia ser diferente. Mais do que isso, foi uma espécie de
               gota d´água, um aviso de que a mudança é urgente e imperativa.
                      Há, no entanto, outros casos específicos que motivaram discussões
               na sociedade sobre o aumento nos problemas relacionados à  segurança
               pública. Em 2015, a Secretaria da Segurança (SSP) divulgou um aumento de
               100% nos homicídios em Porto Alegre entre a última semana de agosto e a
               primeira de setembro. No mesmo mês, tiroteio no bairro Santa Tereza deixou
               um morto e sete feridos.
                      Em outubro do mesmo ano, onze pessoas foram mortas no intervalo
               de uma semana em Novo  Hamburgo. Em dezembro, seis ônibus foram
               incendiados  na  capital  gaúcha logo após rebelião na Penitenciária  de
               Segurança Máxima de Charqueadas (PASC). Em março de 2016, tiroteio na
               Vila Cruzeiro causou a morte de um homem. Em agosto, facções rivais foram
               responsáveis por oito mortes em um mesmo dia em Porto Alegre. Já no início
               de 2017,  foram registrados 40 homicídios  no Rio Grande do Sul em um
               intervalo de apenas três dias.
                      Dados divulgados  pela Secretaria de Segurança Pública indicam
               que há um preocupante aumento da violência no Rio Grande do Sul entre os
               anos de 2002 e 2016, independente de qual seja o ponto de partida. Na tabela
               abaixo, é possível observar que, dentre os listados, houve aumento de 30,9%

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