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A Polícia Civil e o Ministério Público estimam que entre 40 e 70% dos
               homicídios que ocorrem no Estado tenham relação com o tráfico de drogas. De
               acordo  com  os dados da Secretaria da Segurança Pública, como se pode
               observar, as ocorrências relacionadas à venda de entorpecentes aumentaram
               243% nos últimos 10 anos. Consequentemente, aumentam também os crimes
               mais violentos como roubos e latrocínios.

                      Não há consenso  sobre o  motivo para a escalada do crime no
               Estado, até porque há várias razões para o aumento do problema. É possível,
               porém, listar algumas das principais causas que conduziram o Rio Grande do
               Sul a esta situação ao longo dos anos, a partir do que foi apurado por esta
               Comissão.
                      A crise financeira é uma delas, e atingiu seu ápice neste período,
               como foi evidenciado pelo governador José Ivo Sartori em inúmeras ocasiões.
               Há mais de uma década a violência  cresce no mesmo ritmo  em  que os
               recursos diminuem. Mas podemos acrescentar a isso erros administrativos e
               políticas públicas equivocadas para a  área  ao longo dos anos, que não
               tiveram o efeito esperado.
                      Com  a  falta  de  recursos,  o  governo  não  consegue  atender  à
               demanda de efetivo e aparato policial. Levantamento indica que faltam 24 mil
               pessoas na segurança pública, ou seja, um déficit de 44% no número de
               servidores necessários na área. De acordo com sindicatos de servidores da
               Polícia Civil e Brigada Militar, o Estado tem atualmente 55,8 mil quadros, mas
               apenas 31,4 mil atuam. Na Brigada Militar, o efetivo é praticamente a metade
               do ideal. Na Polícia Civil, a redução de pessoal chegou a 9,7% nos últimos
               cinco anos.
                      A atual gestão já tomou algumas medidas, como chamar a Força
               Nacional de Segurança para reforçar o efetivo nas ruas. Em abril, anunciou
               que chamará 683 novos concursados e que 500 PMs aposentados voltarão
               à  ativa  para  atuar  em  patrulha  escolar,  serviços  administrativos  e
               videomonitoramento. A esse reforço, somam-se concursos públicos para a
               Superintendência de Serviços Penitenciários  (Susepe) e  para  o Instituto-
               Geral de Perícias (IGP). Mas o caminho ainda é longo.

                      Os debates travados em  audiências públicas desta Comissão
               Especial também apresentaram outro desafio: a falta de vagas em presídios
               do Estado, junto, é claro, a possíveis mudanças na legislação. Atualmente,
               estima-se que o déficit de vagas prisionais no Rio Grande do Sul supere a 11

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