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Entretanto, quão poucos são os que, nesta ordem de idéias, logram alcançar a realização dos seus
desejos! Quantos não se queixam de só encontrar na sociedade frieza e indiferença!
Ninguém se aventurou ainda a afirmar que, no correr da sua existência, só se lhe deparam atenções
e delicadeza. Multiplicas são as causas desse mal; eu vou tratar de indicar as principais, e, com essa
indicação, fornecerei o meio infalível de anular-lhe os maus efeitos.
Sob qualquer aspecto em que é considerado, o homem, espírito e matéria, é cheio de imperfeições.
Essas imperfeições, físicas ou morais, fazem, de alguma sorte, parte integrante da sua
individualidade.
Apenas direi algumas palavras acerca desses vícios de constituição, fáceis de atenuar com um ponto
de precaução.
Ter o maior cuidado com a sua pessoa. — Esta é a linha de conduta que deve ser seguida para não
desgostar aqueles com quem as circunstâncias vos obrigam a conviver.
O mau hálito é geralmente causado por uma higiene má da boca. Para fazê-lo desaparecer, basta
uma lavagem rigorosa dos dentes com água ligeiramente aromatizada. Se tem sua origem numa
perturbação crônica, poderemos tentar disfarçá-lo chupando pastilhas odoríficas, e principalmente
evitando dirigir o hálito para o rosto do interlocutor.
Se transpirardes a ponto de se vos notar um cheiro desagradável, corrigireis esse inconveniente
fazendo uso freqüente de ablusões de água discretamente perfumada.
Se as imperfeições físicas, realmente incomodativas para os outros, constituem o patrimônio de um
número limitado de indivíduos, não sucede o mesmo com os vícios morais. Não existe caráter que
não tenha os seus ângulos agudos, cujo choque não seja penoso para outrem no correr das relações
sociais. Como arredondar esses ângulos, com o intuito de torná-los absolutamente inofensivos? Pelo
desenvolvimento de certas qualidades que todos têm em germe; qualidades que se radicam todas na
Bondade de que não são senão formas diversas. Bem sei que me poderíeis objetar que há indivíduos
completamente maus, mas esses indivíduos constituem a exceção. A Bondade, e a Bondade só pode
dar a paciência que. em cada uma das circunstâncias da vida, garante a superioridade. Se sois
realmente bom para todos, não vos malquistareis com os tagarelas, nem com os autoritários, nem
com os arrebatados. Ouvireis as confidencias dos primeiros sem impaciência, chegareis até a
interessar-vos pela prolixidade, e a enumeração de pormenores ínfimos em aparência, mas aos quais
eles ligam a maior importância, não vos parecerá uma importunação.
Se estais falando a uma pessoa e observais que ela, tão amante da conversa, se cala, não hesiteis
em mudar de assunto; o que estais dizendo não a interessa. Os autoritários, esses sofrerão o vosso
ascendente, confessem ou não, porque a Bondade é a força mais terrível que um ser racional pode
pôr em ação; e aqueles mesmos que se julgam inacessíveis às influências exteriores são os primeiros
a sentir-lhes o poderio e a inclinar-se diante dela.
Vós tereis, enfim, sobre os arrebatados a força da calma. Aquele que consegue manter sempre a sua
presença de espírito nunca se acha em estado de inferioridade relativamente aos que o rodeiam. O
que permanece dono de si mesmo em todas as circunstâncias, o que não se deixa levar nunca pela
cólera, esse será uma potência verdadeira.
Se vos suceder serdes escolhido para árbitro, não resolvais nunca bruscamente o ponto em litígio,
porque fareis para vós um inimigo na pessoa daquele a quem não dais ganho de causa. Refleti sobre
a questão antes de tentar resolvê-la e, como na imensa maioria dos casos a opinião apresenta uma