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FRAGMENTA HISTORICA Cristóvão Mendes de Carvalho ‐ História de um alto
magistrado quinhentista e de sua família
1527 em Coimbra e morto em 1587 em antes de 1587, fidalgo da Casa de D.
Lisboa, que na religião se chamou D. Sebastião, moço fidalgo da Casa de D.
Dionísio de Santo António. Foi cónego João III com 800 reais de moradia ,
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de Santa Cruz de Coimbra e prior dos 5º morgado de Machede (Évora), que a
mosteiros da Serra do Pilar (Vila Nova 20.10.1564 teve de D. Sebastião carta de
de Gaia), de São Salvador de Moreira privilégio de fidalgo, por estar prestes a
(Maia) e de São Vicente de Fora (Lisboa). partir para a guerra. Num baptismo
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Em 1575 era prior do mosteiro da Serra de 20.12.1575 na Sé de Évora refere-
do Pilar (referido como mosteiro da se a “travessa de trote de Diogo Casco,
Serra de Vila Nova) quando a 18 de Abril na Rua de Machede”. Era filho sucessor
participou nos Capítulos Gerais de Santa do 1º casamento de Beatriz Correa,
Cruz de Coimbra com um procurador. madrasta da mulher, com António Casco
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A 23.1.1587 foi eleito prior do mosteiro (de Vasconcellos), como ficou dito atrás.
de São Vicente de Fora, sendo
confirmado a 7 de Fevereiro seguinte, 3.3.1. Cristóvão Mendes Casco, n. cerca
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dizendo-se que era natural da cidade de 1545 em Évora (Sé) , que morreu
Coimbra, cónego professo do mosteiro solt. na batalha de Alcácer Quibir
de Santa Cruz e que tinha sido prior (1578), antes de seu pai.
da Serra e de Moreira. A 11.4.1587, 3.3.2. António Casco de Vasconcellos,
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sendo prior do mosteiro de São Vicente n. cerca 1546 em Évora (Sé), que
de Fora, presidiu aos Capítulos Gerais também morreu em Alcácer Quibir
de Santa Cruz de Coimbra. Foi preso (1578), antes de seu pai. Casou com
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e morto no final desse ano, a mando do D. Isabel de Brito, filha de Francisco
arquiduque Alberto, por apoiar o prior de Brito, s.g.
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do Crato contra D. Filipe I. 605
3.3.3. Rui Mendes Casco de
3.3. (a) D. Ana de Carvalho , n. cerca Vasconcellos , n. cerca 1547 em
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de 1528 e fal. depois de 1584 e antes Évora (Sé), onde viveu, 6º morgado
de 1596. Como já ficou dito, numa de Machede , fidalgo da Casa Real,
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carta que a 10.10.1545 Cristóvão e cavaleiro professo da Ordem de
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Mendes de Carvalho escreveu a D. João Cristo, com mercê de uma comenda
III, diz-lhe que fora por sua filha, como do norte de África. Em 1584 Rui
el rei lhe mandara, e a entregara a seu Mendes de Vasconcellos, fidalgo da
genro, e a sua mãe , e se tornará logo Casa Real, filho de Diogo Casco de
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a servir Sua Alteza. Casou cerca de 1544
com Diogo Casco de Vasconcellos, n. 610
Consta aí como “Diogo Casco de Vasconcellos, filho
cerca de 1528 e fal. depois de 1584 e de Antonio Casco”. Vide D. António Caetano de Sousa,
“Livro dos Moradores da Casa do Senhor Rey D. João
602 D. Frei Timóteo dos Mártires, "Crónica de Santa III do nome, Rey de Portugal”, in “Provas da História
Cruz", edição de 1958, Tomo 1, p. 126. Genealógica da Casa Real Portuguesa”, ob. cit.
603 "Crónica de Santa Cruz", ob. cit., Tomo 2, p. 110. 611 ANTT, Chancelaria de D. Sebastião, P., Liv. 4, fól.
604 "Crónica de Santa Cruz", ob. cit., Tomo 1, p. 132. 112. Referido nesta carta como Diogo Casquo de
605 Vide “Duas cidades ao serviço de Portugal, subsídios Vasconcellos, fidalgo da minha Casa.
para o estudo das relações de Lisboa e Porto durante 612 Faltam os livros de baptismo da Sé entre 1545 e 1551.
oito séculos”, 1947, vol. 1, p. 81 e 82. 613 Segundo Alão, ob. cit., Cascos de Vasconcelos, §1.
606 Afonso de Torres, ob. cit., chama-a D. Ana da Cunha. 614 Documenta-se quer como Rui Mendes Casco quer
607 No inventário post-mortem (1596) da filha D. como Rui Mendes de Vasconcellos. Nos paroquiais de
Guiomar, é referida uma dívida que ficou desde a morte Évora aparece ainda apenas como Rui Casco.
da mãe D. Ana. 615 Já tinha sucedido a 5.4.1587, pois testemunha um
608 ANTT, Corpo Cronológico, p. I, mç. 76, nº 106. casamento desta data em Évora (Sé) onde consta como
609 Mãe dele, genro, e madrasta dela, ou seja, a Beatriz Rui Casqo morgado. Mas o morgadio não vinculava a
Correa, 3ª mulher do próprio Dr. Cristóvão Mendes de herdade de Machede, no termo de Évora, pois sua irmã
Carvalho. D. Guiomar herdou um terço desta herdade.
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