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FRAGMENTA HISTORICA                     Cristóvão Mendes de Carvalho  ‐ História de um alto
                                                            magistrado quinhentista e de sua família

             1540  e  fal.  a  11.2.1616  em  Aveiro  (São   5.1.  Pedro de Carvalho de Lemos,
             Miguel) ,  indo  a  sepultar  ao  panteão  da   sucessor,  b.  a  21.3.1637  na  Trofa  e
                   725
                                                                                        729
             família na sua vila da Trofa, e de sua mulher   fal.  entre  1666  e  1673.  Matriculou-
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             D. Maria de Távora, fal. ib. Duarte de Lemos   se  a  12.11.1659  no  curso  de  Cânones
             foi o 5º senhor de juro e herdade da Trofa     na Universidade de Coimbra.  Serviu
                                                                                    731
             (1.8.1576),  Pampilhosa  da  Serra  e  Álvaro   depois como  capitão  nas guerras da
             (ib), 9º senhor de juro e herdade de Jales     Restauração,  onde  morreu.  Na  carta
             e  Alfarela  (ib) ,  7º  morgado  do  Calhariz   real  em  que  seu  irmão  Bernardo  lhe
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             (Lisboa), senhor da honra e torre de Silva,    sucedeu,  nomeadamente  nos  serviços,
             etc.  Esteve  com  D.  Sebastião  em  Alcácer   diz-se que este Pedro, aí referido apenas
             Quibir,  onde  ficou  cativo,  sendo  remido,  e   como Pedro Carvalho, serviu nas guerras
             apoiou a causa do prior do Crato, de quem      de Castela, na Infantaria das províncias
             foi  capitão-general  da  comarca  de  Aveiro   da  Beira  e  Alentejo,  morrendo  no
             (27.8.1580)  e  principal  responsável  pela   serviço  militar.  Casou  a  9.3.1666  em
             sua aclamação nesta comarca. Foi o maior       Nandufe (Tondela), por procuração por
             enfiteuta  do  mosteiro  de  Pedroso,  que  a   estar ausente, sendo representado por
             4.1.1572 lhe renovou, a si e a sua mulher D.   Estêvão  de  Nápoles,  tio  da  noiva ,
                                                                                         732
             Maria de Távora, o grande prazo de Lafões,     com  D.  Sebastiana  de  Mello  Cardoso,
             que incluía mais de 41 casais e seis quintas,   n. cerca de 1647, morgada de Bruceiras
             espalhados pelos concelhos de São Pedro        (Évora) , s.g. D. Sebastiana casou 2ª vez
                                                                 733
             do Sul, Vouzela, Viseu e Penalva do Castelo,   em 1674 com Gonçalo de Souza Moniz,
             pagando apenas 12.000 reais de foro pelas      n. em Lisboa, fidalgo cavaleiro da Casa
             1ª e 2ª vidas (as do casal) e 6.500 reais pela   Real  (4.5.1667) ,  capitão  nas  guerras
                                                                        734
             3ª.   Um  prazo  anterior  tinha  sido  feito
               727
             a  25.1.1482  por  D.  Frei  Afonso  Gomes  de   um filho ou filha de ambos vários casais em São João de
             Lemos,  prior  da  Colegiada  de  Guimarães   Loure, Lamas do Real e Castrovães. Entre 1541 e 1556
             e  Dom  abade  do  mosteiro  de  Pedroso,  a   seu  neto  homónimo  João  Gomes  de  Lemos,  sucessor
                                                      nestes  prazos,  teve  sobre  eles  uma  demanda  com  o
             seu  sobrinho  João  Gomes  de  Lemos,  2º   mosteiro de Pedroso (ANTT, Corpo Cronológico, I, mç.
             senhor da Trofa, e sua mulher D. Violante   69, nº 3; mç. 77, nº 51; e mç. 98, nº 39).
             de Sequeira. 728                         729  ADAVR, Paroquiais de Águeda. Diz o assento: “Em os
                                                      21 dias do mês de março do anno de 1637 baptizou Dyº
                                                      Caneles freire da igrª de Lamas a Pº fº do Sõr Hieronimo
           725  ADAVR, Paroquiais de Aveiro.          de  Carvalho  e  da  Srã  Dona  Hieronima  p:  o  Sõr  Dyº
           726  ANTT, Confirmações Gerais (1573-1638), Liv. 5, fól.   Gomes de Lemos = Basto”. É referido como natural de
           224; Chancelaria de D. Sebastião / D. Henrique, Liv. 20,   Vila Maior na matrícula da Universidade de Coimbra.
           fól. 447; e Liv. 29, fól. 7v; e Chancelaria de D. Sebastião,   730  Não encontrei o seu óbito em Tentúgal, Vila Maior,
           P., Liv. 6, fól. 254v. Vide ANEXOS.        Trofa, Porto (Victória e São Nicolau), Nandufe ou Évora
           727  ANTT, Sala 25, Mosteiro de Pedroso, Mç. 12. docs. 1   (Nossa Senhora do Divor), onde ficava a quinta de Vale
           a 24; ADPRT, Mosteiro de Pedroso, livro 49; e Esteban   de  Flores  ou  morgado  de  Bruceiras.  Documenta-se
           Sarasa  Sánchez  e  Eliseo  Serrano  Martín, “Señorío  y   que morreu nas guerras da Restauração e o óbito teria
           feudalismo en la Península Ibérica (SS. XII–XIX)”, 1993,   ficado registado no seu morgadio de Lamarosa, então já
           p. 299.                                    paróquia de São Varão de Lamarosa, cujos assentos só
           728   ANTT,  Gavetas  da TT,  gaveta  X,  mç.  12,  nº  26;  e   começam em Julho de 1677. Morreu depois de 1666,
           Reforma  das  Gavetas,  Liv.  18,  fól.  301v.  Diz  o  prazo   ano do seu casamento, e o mais tardar em 1673, uma
           que na era do nascimento de Cristo de 1482, a 25 de   vez que a sua viúva voltou a casar o mais tardar no
           Janeiro, na Trofa, terra e jurisdição do Senhor Gomes   início de 1674, tendo o 1º filho do 2º matrimónio sido
           Martins  de  Lemos,  fidalgo  da  Casa  d’el  rey  e  do  seu   baptizado a 3.11.1674.
           Conselho, em presença do tabelião e testemunhas ao   731  AUC, Matrículas.
           diante nomeadas, estando aí presente o Senhor Afonso   732  ADVIS, Paroquiais de Tondela.
           Gomes  de  Lemos  outrossim  do  Conselho  d’el  rei  e   733  O morgadio de Bruceiras ou quinta de Vale de Flores,
           prior de Santa Maria da Oliveira da vila de Guimarães   em  Évora,  instituído  por  disposição  testamentária  de
           e Dom abade e administrador perpétuo do mosteiro de   4.3.1533  do  Dr.  Álvaro  Cardoso,  desembargador  do
           Pedroso do bispado do Porto, logo por ele foi dito que   Paço.
           emprazava ao honrado Senhor João Gomes de Lemos   734  ANTT, Matrícula dos Moradores da Casa Real, Liv. III,
           e à Senhora Dona Violante de Siqueira sua mulher e a   p. 10.


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