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                               Em  2006,  um  estudo   realizado  pela  consultora  internacional  KPMG
                                Advisory, com o apoio da BCSD Portugal e da Informa D&B com base
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                                num  inquérito  online  às  536  maiores  empresas  nacionais   com  o
                                objectivo  de  conhecer  a  situação  em  Portugal  sobre  a  publicação  de

                                informação sobre sustentabilidade referia que o principal benefício que
                                as empresas procuram é a melhoria da sua operacionalidade e da gestão,

                                embora  a  sua  principal  motivação  esteja  relacionada  com  a  marca  das
                                empresas; apenas 42% das empresas procederam à verificação externa do

                                relatório, como forma de melhorar a sua imagem e a credibilidade das

                                empresas; o processo de selecção da informação baseia-se no GRI e 60%
                                das organizações referem que a identificação das necessidades das partes

                                interessadas baseia-se em respostas e questões colocadas por estes.
                               Segundo  Rego  et  al.,  (2007b),  muitos  relatórios  não  seguem  padrões

                                reconhecidos  internacionalmente.  A  informação  relatada  é  arbitrária,

                                originando  dificuldades  de  comparação  entre  empresas  e  de  avaliação
                                dos seus desempenhos.

                               Muitos relatórios não abrangem as partes interessadas mais importantes e

                                omitem  os  aspectos  mais  relevantes  das  actividades  da  empresa,
                                principalmente  aqueles  que  podem  transmitir  uma  imagem  menos

                                favorável da organização (Ibidem).



                  5. O CASO GRUPO AUCHAN

                  5.1. O Sector da Distribuição em Portugal

                         Após ter-se analisado os diferentes conceitos e interpretações da RSE, é tempo

                  agora  de  demontrar  como  é  a  mesma  é  aplicada,  constatar  se  há,  efectivamente,  um
                  verdadeiro  envolvimento  da  administração  de  topo  de  uma  organização,  quais  os

                  documentos  que  divulgam  a  RSE  e  que  conteúdos  são  pertinentes.  Iniciaremos  este

                  capítulo com o enquadramento do sector da distribuição.
                         Segundo Cotta (1978) citado por Rousseau, (2008), a distribuição é:



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                     Vide  AAVV  (2007)  –  Estudo  da  KPMG  sobre  a  publicação  de  relatórios  de  sustentabilidade  em
                  Portugal, [coord. Cristina Vaz Tomé],  KPMG Advisory, Lisboa.

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                    Apenas 103 empresas responderam ao inquérito, das quais 34 % publicam conteúdos sobre
                  sustentabilidade e 60% publicam relatórios independentes.

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