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P A mulher à beira do poço foi tão profundamente tocada pela forma empática com
P
que Jesus a compreendeu que teve a sensação de que ele sabia "tudo o que ela
tinha feito". Era assim que Jesus demonstrava o seu poder pessoal. Ele mostrava
seu poder milagroso e espiritual em outras ocasiões, 2 mas gostava especialmente
de comunicar o poder pessoal por meio da sua empatia pelos outros, fazendo com
que suas vidas se modificassem para sempre. Empatia é sinônimo de compreensão,
e ninguém na história demonstrou ser mais capaz de evidenciá-la do que Jesus.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A maior expressão de empatia é sermos compreensivos
com alguém de quem não gostamos.
O PODER DA SOLIDARIEDADE
"Deus amava tanto o mundo..."
João 3:16
Supervisiono vários alunos de terapia no centro de aconselhamento onde trabalho.
Gosto muito de trabalhar com terapeutas iniciantes porque eles trazem um grande
entusiasmo para o exercício da terapia. É claro que eles não têm muita experiência
quando começam a praticar, mas descobri que compensam a falta de prática com a
compaixão que sentem pelos pacientes.
Connie foi escolhida para ser a primeira paciente de Mary, uma das alunas que
estão sob a minha supervisão. Connie, que tivera uma criação terrível, nunca fizera
terapia antes e jamais falara com outro ser humano a respeito do abuso que sofrera
quando criança. À medida que a terapia foi progredindo, Connie começou a sentir-se
segura o suficiente para compartilhar com Mary as experiências que guardara em
segredo a vida inteira. Foi doloroso até mesmo para Mary ouvir o relato do abuso e
da degradação humilhantes que Connie sofrera, mas ambas sabiam que o fato de
Connie recontar a sua história era uma parte essencial da sua cura.
Numa sessão, apesar de temer não estar tendo uma postura profissional, Mary não
conseguiu se conter e começou a chorar. No final da sessão, as duas conversaram a
respeito de como tinha sido doloroso para Connie sobreviver sozinha a tudo o que
sofrera na infância. Mary sentia por Connie uma genuína compaixão, e ambas
sabiam disso.
Durante o período da minha supervisão, Mary e eu descobrimos que suas lágrimas
espontâneas na presença de Connie tiveram um grande poder terapêutico. Até
então, Connie sentia medo de compartilhar a sua história com alguém, por ter muita
vergonha. Ela temia que quem escutasse o relato do abuso que sofrera ficasse tão
zangado com ela quanto sua mãe ficara quando Connie acusou o pai. As lágrimas
de Mary lhe transmitiram uma mensagem bem diferente: ela compreendeu que não
era responsável pelo abuso e que poderia ser amada mesmo nos momentos em que
se sentia menos digna de receber amor. Connie tinha medo de que os seus
sentimentos negativos contra o pai a tornassem uma pessoa má, mas a
solidariedade de Mary fez com que ela sentisse que tinha valor suficiente para que
as pessoas se preocupassem com ela.