Page 103 - Microsoft Word - Mark.W.Baker-Jesus.o.maior.psicologo.que.ja.existiu[doc-re–
P. 103

P         A mulher à beira do poço foi tão profundamente tocada pela forma empática com
          P

                  que Jesus a compreendeu que teve a sensação de que ele sabia "tudo o que ela
                  tinha feito". Era assim que Jesus demonstrava o seu poder pessoal. Ele mostrava
                  seu poder milagroso e espiritual em outras ocasiões,       2  mas gostava especialmente
                  de comunicar o poder pessoal por meio da sua empatia pelos outros, fazendo com
                  que suas vidas se modificassem para sempre. Empatia é sinônimo de compreensão,
                  e ninguém na história demonstrou ser mais capaz de evidenciá-la do que Jesus.



                   PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A maior expressão de empatia é sermos compreensivos
                                            com alguém de quem não gostamos.





                                              O PODER DA SOLIDARIEDADE

                                               "Deus amava tanto o mundo..."
                                                          João 3:16



                   Supervisiono vários alunos de terapia no centro de aconselhamento onde trabalho.
                  Gosto muito de trabalhar com terapeutas iniciantes porque eles trazem um grande
                  entusiasmo para o exercício da terapia. É claro que eles não têm muita experiência
                  quando começam a praticar, mas descobri que compensam a falta de prática com a
                  compaixão que sentem pelos pacientes.
                  Connie foi escolhida para ser a primeira paciente de Mary, uma das alunas que
                  estão sob a minha supervisão. Connie, que tivera uma criação terrível, nunca fizera
                  terapia antes e jamais falara com outro ser humano a respeito do abuso que sofrera
                  quando criança. À medida que a terapia foi progredindo, Connie começou a sentir-se
                  segura o suficiente para compartilhar com Mary as experiências que guardara em
                  segredo a vida inteira. Foi doloroso até mesmo para Mary ouvir o relato do abuso e
                  da degradação humilhantes que Connie sofrera, mas ambas sabiam que o               fato de
                  Connie recontar a sua história era uma parte essencial da sua cura.
                  Numa sessão, apesar de temer não estar tendo uma postura profissional, Mary não
                  conseguiu se conter e começou a chorar. No final da sessão, as duas conversaram a
                  respeito de como tinha sido doloroso para Connie sobreviver sozinha a          tudo o que
                  sofrera na infância. Mary sentia por Connie uma genuína compaixão, e ambas
                  sabiam disso.
                  Durante o período da minha supervisão, Mary e eu descobrimos que suas lágrimas
                  espontâneas na presença de Connie tiveram um grande poder terapêutico. Até
                  então, Connie sentia medo de compartilhar a sua história com alguém, por ter muita
                  vergonha. Ela temia que quem escutasse o relato do abuso que sofrera ficasse tão
                  zangado com ela quanto sua mãe ficara quando Connie acusou o             pai. As lágrimas
                  de Mary lhe transmitiram uma mensagem bem diferente: ela compreendeu que não
                  era responsável pelo abuso e que poderia ser amada mesmo nos momentos em que
                  se sentia menos digna de receber amor. Connie tinha medo de que os seus
                  sentimentos negativos contra o pai a tornassem uma pessoa má, mas a
                  solidariedade de Mary fez com que ela sentisse que tinha valor suficiente para que
                  as pessoas se preocupassem com ela.
   98   99   100   101   102   103   104   105   106   107   108