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P SOMOS TODOS PECADORES
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"Aquele de vós que estiver sem pecado atire a primeira pedra.”
João 8:7
Dalton e Miranda pareciam um ótimo casal. Eram pessoas atraentes e divertidas.
Tinham uma casa grande, filhos bonitos e muitos amigos. Aparentemente tudo
parecia andar às mil maravilhas para eles.
Mas as aparências podem enganar. Miranda sabia que Dalton era um homem
maravilhoso, mas ela se sentia insatisfeita no casamento. Dalton era divertido, mas
adorava contar as próprias histórias e tinha dificuldade em ouvir as dela. Ela o
achava bonito e atraente, mas sempre muito apressado ao fazer sexo. Miranda
queria algo mais. Ela desejava ter uma comunhão maior com o marido, de coração
para coração, e sentir que era profundamente compreendida. Miranda queria mais
intimidade e não acreditava que Dalton fosse capaz.
As coisas aconteceram aos poucos. Miranda começou a ter regularmente conversas
intensas e pessoais com um dos vizinhos. Sheldon era amigo do casal, e Miranda
constatou que gostava muito de conversar com ele. "Tínhamos uma enorme
afinidade um com o outro", ela explicou mais tarde. "Era como se eu tivesse
conhecido Sheldon a vida inteira. Conversar com ele não requeria esforço. Nada
parecia mais natural." Em um determinado momento, Miranda compreendeu que
estava tendo um caso emocional. Ela não tinha qualquer relação física com Sheldon,
mas certamente estava oferecendo a ele as partes mais íntimas do seu eu
emocional.
Dalton e Miranda fizeram a sábia escolha de procurar o aconselhamento conjugai
para lidar com a situação em que se encontravam. Ela contara ao marido a natureza
do seu relacionamento com Sheldon e tinha concordado em rompê-lo a fim de
descobrir se o casamento deles poderia ser salvo. Dalton estava profundamente
magoado e zangado, porque não tinha feito de fato nada de errado. Quando não
somos abandonados por causa do que fizemos, provavelmente é em virtude de
quem somos, o que é uma coisa muito dura de suportar.
Dalton reagiu, um pouco talvez por espírito de competição, mas principalmente
porque amava sinceramente sua mulher. Lutou por ela e pela família, mas não de
forma defensiva e destrutiva. Foi preciso um grande esforço para dizer a Miranda o
quanto estava humilhado, mas não descansou enquanto não teve certeza de que ela
compreendia a profundidade de sua dor e de sua raiva. Tomou conhecimento de
como ela se sentia solitária no casamento e esforçou-se para entender a sua parte
no processo. Muitas vezes Dalton sentiu muita raiva de Miranda, mas se conteve.
Ele sabia que não era perfeito e não ia melhorar as coisas agindo precipitadamente.
Mas em algum ponto do processo do aconselhamento conjugai Dalton descobriu que
era capaz de ficar zangado e ao mesmo tempo ser amoroso. Aprendeu que o oposto
do amor não era a raiva, mas a indiferença, e que ele tinha sido omisso no seu
relacionamento com Miranda.
Miranda também aprendeu alguns fatos a respeito de si mesma. Descobriu que
tomar posse de coisas que não lhe pertenciam (Sheldon também era casado) era
uma solução egoísta para os seus problemas. Constatou que não tinha sido uma
pessoa tão aberta quanto imaginara ser e que tinha julgado Dalton injustamente ao
considerá-lo psicologicamente inferior a ela. Mas o mais importante é que Miranda
compreendeu que podia ser amada em um momento da vida em que menos