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P Achei que Pierre estava negando alguma coisa importante. Era como se o amor por
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si mesmo dependesse apenas de como ele se sentia a seu próprio respeito,
independente de outras pessoas.
Ao falar sobre sua infância, Pierre comentou: "Preciso apagar essas lembranças
sobre os meus pais. Tudo isso está no passado. Preciso amar a mim mesmo e não
depender tanto do amor de outras pessoas.”
Os pais de Pierre o haviam negligenciado quando criança, de modo que ele
aprendera cedo na vida a não esperar que outra pessoa lhe desse o que precisava.
A verdade era que Pierre não se sentia amado e queria distanciar-se desses
sentimentos. Fazer coisas positivas e conversar consigo mesmo de maneira otimista
eram os recursos que usava para superar os sentimentos dolorosos.
Infelizmente, a estratégia de Pierre não estava funcionando tão bem quanto ele
desejaria. Como seus pais o tinham depreciado muito, ele lutava para evitar os
sentimentos resultantes de autocondenação. Suas tentativas de amar a si mesmo
visavam acalmar as vozes interiores de insegurança e desprezo. O problema de
Pierre não era a falta de amor por si mesmo, mas a rejeição por si mesmo. Seus
esforços eram tentativas de encobrir a rejeição.
No decorrer da nossa terapia, Pierre parou de tentar me convencer de que o amor
por si mesmo é apenas uma atitude mental que se pode aprender repetindo frases
poderosas. Em vez disso, passamos a conversar mais sobre o que ele não gosta
nele mesmo. À medida que Pierre compartilha comigo o que realmente sente com
relação a si, ele descobre que já não tem que encobrir tantas coisas quanto antes.
Embora seus pais tenham lhe transmitido o sentimento de ser inútil, a experiência de
ter alguém que o escute nos seus piores momentos está lhe dando a sensação de
que talvez haja alguma coisa boa nele. Pierre aprendeu com os pais que, quando
nos desprezamos, prejudicamos nosso relacionamento com os outros. Na terapia,
descobriu como é amar a si mesmo.
Hoje, Pierre está mais feliz no seu papel de professor. Ele deixou de tentar
convencer as crianças de que elas precisam amar a si mesmas para vencer na vida.
Agora ele simplesmente as ama. Pierre aprendeu que esta é a coisa mais poderosa
que ele pode fazer tanto pelos outros quanto por si mesmo.
Jesus deixou muito claro que a sua definição do amor por si mesmo não significava
egocentrismo. Para ele, o amor por si mesmo estava intimamente ligado ao amor
pelos outros, assim como o ódio por si mesmo conectado ao abuso dos outros.
Quando disse: "Ama o teu próximo como a ti mesmo", Jesus estava explicando que
só pode amar os outros quem se ama. O amor a si mesmo não pode estar separado
do amor aos outros; um depende do outro.
O amor se multiplica quando é distribuído, assim como o ódio destrói enquanto
permitimos que ele exista.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL: O amor por si mesmo e o amor aos outros -um não pode
ser praticado sem o outro.