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P                                    A IMAGEM DE DEUS NA TERRA
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                                              "O Pai está em mim, e eu no Pai"
                                                          João 10:38



                  Darren começou a fazer terapia quando estava no          ensino médio e continuou a     se
                  tratar de um modo intermitente. Embora tenha se beneficiado de           alguma maneira,
                  também foi tratado com técnicas que considero ultrapassadas.
                  Darren era muito tímido e reservado. Sua auto imagem era medíocre e acreditava
                  que ninguém estava realmente interessado nele. Tinha poucos amigos e só
                  conseguia manter um contato social nos bares depois que afastava as suas inibições
                  com doses significativas de álcool. É claro que essa atitude dava origem a outros
                  problemas.
                  Em determinado momento, Darren topou com uma forma de terapia que fez com que
                  ele se soltasse bastante. Disseram-lhe que fosse para uma sala repleta de outros
                  pacientes e extravasasse quaisquer emoções que quisesse. Baseado no
                  comportamento dos outros, Darren pôs-se a gritar e a se jogar no chão. De repente,
                  foi capaz de expressar uma raiva violenta que reprimira a vida inteira. Ao contrário
                  do que poderia esperar, Darren não foi rejeitado pelos seus sentimentos de raiva; na
                  verdade, foi elogiado por ser capaz de expressá-los com tanta liberdade. Ele se
                  sentiu livre. Darren mal conseguia acreditar que pudesse mostrar aos outros o que
                  tinha de mais inaceitável e repulsivo, e mesmo assim ser aceito. É extremamente
                  curativo quando, em vez de sermos rejeitados, somos aceitos ao expressar os
                  sentimentos que censuramos.
                  No entanto, os efeitos dessa experiência não duraram. Em algum nível mais
                  profundo,    Darren    não   conseguiu    acreditar   que    os   outros   o   estivessem
                  verdadeiramente aceitando. Ele achou que estavam fingindo, como todas as
                  pessoas de sua vida. Inconscientemente, imaginou que havia algo a seu respeito
                  que elas rejeitariam. Assim, suas explosões de raiva começaram a aumentar
                  progressivamente. Gritava com os outros, derrubava a mobília e desafiava zangado
                  os terapeutas quanto estes tentavam colocar limites no seu comportamento.
                  Darren foi finalmente convidado a retirar-se do grupo de         terapia, o que o deixou
                  muito magoado. Os terapeutas reconheceram sua necessidade de se expressar,
                  mas não perceberam a importância do relacionamento deles com Darren quando ele
                  se manifestava.
                  O simples fato de expressarmos nossas emoções não é benéfico, mas ser acolhido
                  e compreendido ao externá-las pode ajudar muito na cura. Quando Darren sentia
                  que a expressão dos seus sentimentos era aceita pelos outros, a terapia era capaz
                  de curar mágoas passadas. Mas quando ele se sentiu rejeitado por expressar a sua
                  raiva, a terapia se tornou uma repetição de traumas passados. Como já disse antes:
                  os psicólogos estão reconhecendo hoje em dia a importância essencial dos
                  relacionamentos em nossa vida, e a nossa terapia precisa sempre considerar este
                  fato.
                  Jesus ensinou que não podemos viver sem um relacionamento com Deus e com os
                  outros, assim como não somos capazes de existir sem o ar que respiramos. Tentar
                  viver uma vida isolada significaria violar a nossa natureza. Reconhecer que
                  dependemos fundamentalmente de alguém fora de nós é a única maneira de
                  satisfazer a nossa natureza. Muitos psicólogos estão chegando à mesma conclusão.
                  Estamos reconhecendo que as pessoas só podem ter um "eu" ao se relacionarem
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