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P parceiros trabalha, mas perguntei-me se a realização financeira seria suficiente para
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satisfazer Tyler a longo prazo.
—Então, você acha que vão querer filhos no futuro? - perguntei.
—Talvez um dia - respondeu Tyler. - Mas estamos aproveitando bastante nossa
liberdade no momento.
A coisa à qual Tyler dava mais valor era a independência. Ele estava tentando
descobrir como se unir a outra pessoa sem se sacrificar nem um pouco no processo.
Só estava interessado no casamento se pudesse vê-lo como um esforço conjunto de
duas pessoas, uma parceria experimental que poderia ser dissolvida se não lhe
proporcionasse o benefício prometido.
Embora não conseguisse perceber nem admitir, Tyler estava na verdade preso aos
vínculos tradicionais que ele considerava tão inadequados. Tyler queria um
relacionamento que fosse o exato oposto do de seus pais. Neste sentido, o
relacionamento dos pais era o modelo que definia o dele. Por mais que detestasse
pesquisar o passado, era exatamente isso o que ele precisava fazer para poder
entender as suas decisões para o futuro.
No decorrer do aconselhamento, Tyler foi percebendo que o seu desejo de agir de
forma oposta à dos pais significava que ele estava desapontado com a maneira
como tinha sido tratado na infância e na adolescência e queria que sua vida fosse
diferente. Ele começou a reconhecer que não estava de modo nenhum livre do seu
passado. Em vez de ser independente, Tyler descobriu que dependia tanto do seu
passado e das outras pessoas que procurava até evitá-las, sem ter consciência de
que estava fazendo isso.
O relacionamento de Tyler com a namorada está indo agora de vento em popa. Eles
passaram a se comunicar melhor porque estão mais conscientes de seus
sentimentos, e as suas expectativas a respeito da relação mudaram. Suas metas
financeiras ainda são bastante ambiciosas, mas não mais prioritárias. Tyler está
começando a depender emocionalmente de alguém e está descobrindo as
vantagens dessa dependência. Em vez de só pensar em si mesmo, ele procura
formar uma unidade com a namorada, e isso o deixa feliz.
O individualismo é a crença na autoconfiança e na independência. Aqueles que
acreditam no individualismo enfatizam a realização e o sucesso pessoais sem
precisar depender dos outros. Se qualquer coisa viola seus direitos individuais, eles
se livram dela. Sentem que têm o direito de alcançar a excelência pessoal a
qualquer custo.
Os seres humanos na verdade não funcionam dessa maneira. Nós, seres humanos,
precisamos fundamentalmente das outras pessoas para poder saber quem somos.
Assim como necessitamos de espelhos que reflitam a nossa imagem física, que nos
mostrem como parecemos fisicamente, precisamos que as outras pessoas nos
retratem emocionalmente, que nos revelem como somos psicologicamente.
A idéia de Jesus de que "os primeiros serão os últimos" é o oposto do
individualismo. Embora ele reconhecesse o valor inerente de cada pessoa, as
pessoas só eram consideradas boas como conseqüência do seu relacionamento
com Deus e com os outros. Jesus nunca ensinou que poderíamos ser bons
sozinhos. Para ele, não realizamos nosso pleno potencial por meio da competição e
sim através da conexão.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL: O indivíduo é uma parte do todo.