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P         O problema de     acreditar que as pessoas são fundamentalmente más é que essa
          P

                  crença faz com que tenhamos vergonha de ser humanos. Criamos então um ser
                  idealizado para fingir que somos diferentes. Quem considera a           natureza humana
                  desprezível e má precisa descobrir uma maneira de se livrar da parte nociva e
                  tornar-se um ser puramente espiritual que vive acima de tudo isso. O problema dos
                  fariseus era acreditar que eles não eram como as outras pessoas. Eles se achavam
                  mais espirituais do que humanos.
                  Em outras palavras, acreditar que a     humanidade é     fundamentalmente má faz você
                  querer se afastar dela o máximo possível e só se associar àqueles que defendem
                  idênticas convicções religiosas. Pessoas assim desprezam, mesmo que de forma
                  inconsciente, aqueles que deixam de alcançar o seu nível de espiritualidade. Na
                  terminologia psicológica,   essa persona que eles criam é chamada de          falso eu. O
                  termo religioso é fariseu.
                  Na época em que Jesus contou a           parábola do   bom samaritano havia um forte
                  preconceito racial entre judeus e samaritanos. Naquele tempo, os samaritanos eram
                  considerados pessoas más, e os fariseus, os sacerdotes e os religiosos judeus eram
                  tidos como bons. O      fato de  o próprio Jesus ser judeu dava ainda mais força à
                  mensagem da parábola. Hoje, os termos foram invertidos. "Bom" e "samaritano"
                  referem-se a qualidades positivas, e ser chamado de "fariseu" tem uma conotação
                  certamente negativa.
                  Com sua parábola, Jesus nos mostrou que as pessoas são boas ou más devido aos
                  relacionamentos que estabelecem e não a algo que lhes é inerente desde que
                  nasceram. A religião não nos tira da nossa condição humana, pelo contrário -             a
                  religião nos faz viver plenamente a condição humana.




                      PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Não podemos escapar do nosso eu, mas podemos
                                                         encontrá-lo.





                             JESUS VIA AS PESSOAS COMO ESSENCIALMENTE BOAS?


                                                 "Amai os vossos inimigos."
                                                          Lucas 6:27


                  A filosofia que afirma que as pessoas são essencialmente boas é chamada de
                  humanismo. Devido ao amor de Jesus pelos outros e a sua preocupação com o
                  bem-estar de todos, ele é freqüentemente apresentado como um dos grandes
                  exemplos do humanista       ideal. Jesus ensinava que devemos amar a todos, até
                  mesmo nossos inimigos. É fácil perceber que Jesus poderia ser usado como um
                  exemplo de alguém que acreditava na bondade essencial das pessoas.
                  Carl Rogers é um famoso psicólogo conhecido por desenvolver uma teoria baseada
                  na crença na     bondade essencial da humanidade. Ele acreditava que todas as
                  pessoas possuem dentro de si um "processo de auto-realização" que as fará
                  saudáveis na presença das condições corretas. Quase todos os terapeutas
                  conhecem a terapia rogeriana como um dos principais exemplos da psicologia
                  humanista. Certo dia, enquanto o Dr. Rogers conversava com a mãe de uma criança
                  problemática que ele estava tentando tratar, ele descobriu uma coisa muito
                  importante. Depois de terminar a discussão sobre os problemas da criança, a mãe
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