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P                                              CAPÍTULO     2
          P



                                               Entendendo as pessoas:
                                                 elas são boas ou más?




                  Jesus disse: "Descia um homem de Jerusalém a Jericó. Pelo caminho caiu em poder
                  de ladrões que, depois de o despojarem e espancarem, se foram, deixando-o
                  semimorto. Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote. Vendo-o, passou
                  ao largo. Do mesmo modo, um levita, passando por aquele lugar, também o viu e
                  seguiu adiante. Mas um samaritano, que estava de viagem, chegou ao seu lado e,
                  vendo-o, sentiu compaixão. Aproximou-se, tratou-lhe as feridas, derramando azeite e
                  vinho. Fê-lo subir em sua montaria, conduziu-o à hospedaria e cuidou dele. Pela
                  manhã, tomou duas moedas de prata, deu-as ao hospedeiro e disse-lhe: 'Cuida dele
                  e o que gastares a mais na volta te pagarei.”
                                                                                            Lucas 10:30-35





                  As pessoas são fundamentalmente boas ou más? Quase todos nós chegamos a
                  uma dessas duas conclusões a respeito da natureza humana. Mas, se examinarmos
                  como Jesus falava sobre as pessoas, parece que ele não chegou a                  nenhuma
                  conclusão.
                  Alguns de nós somos       como o sacerdote e      o levita da parábola, outros como o
                  samaritano, outros como os ladrões e outros ainda como o homem que foi
                  espancado e deixado meio-morto. Mas o que levou o samaritano a ter aquele
                  comportamento? Foi o fato de ele ser essencialmente uma              boa pessoa? Jesus
                  repetidamente mostrou que o aspecto essencial da natureza humana é a                nossa
                  necessidade de ter um relacionamento amoroso com Deus e com os outros. Por isso
                  uma pessoa se define pelo relacionamento que estabelece com outras pessoas. O
                  samaritano era "bom" porque não desprezou o homem agredido e parou para
                  estabelecer um relacionamento com ele.
                  Do ponto de vista psicológico, encarar as pessoas simplesmente como boas ou más
                  é muito simplista. Talvez seja mais fácil pensar assim porque, ao rotular os outros,
                  sabemos em quem confiar e quem evitar. Mas a verdade é que sempre existem
                  possíveis "samaritanos" e "ladrões" entre nós, e cada um de nós tem aspectos de
                  ladrão, de sacerdote e    de samaritano. Aqueles que reconhecem e valorizam a sua
                  necessidade básica de se relacionar amorosamente com os outros tendem a ser
                  boas pessoas e a    ter um bom comportamento. Eles precisam dos outros, de modo
                  que não desejam feri-los. As pessoas que violam sua natureza essencial de viver um
                                                                                      1
                  bom relacionamento com       os outros se comportam     como más.  A parábola do bom
                  samaritano fala de pessoas boas e más. Jesus explica a           diferença entre os dois
                  tipos em função do relacionamento que estabeleceram com o homem ferido. Jesus
                  não fala que eram boas ou más essencialmente. Ele conhecia profundamente a
                  natureza humana e por isso pode nos ajudar hoje a compreender o comportamento
                  de todas as pessoas que conhecemos, inclusive o nosso.
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