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P         entregar-se às suas emoções. Isso fazia com que as pessoas se sentissem
          P

                  próximas dele, enquanto que o seu senso de responsabilidade confiável as fazia
                  sentir-se seguras em sua presença.
                  Harriet envolvera-se repetidas vezes em relacionamentos intensos e problemáticos
                  que nunca davam certo. Sempre que alguém a desapontava, tinha explosões de
                  raiva, embora já tivesse passado por inúmeras sessões de terapia tentando entender
                  seus problemas com a sensação de abandono. Durante as nossas sessões, Harriet
                  tinha dificuldade em admitir sua parte de     responsabilidade em seus problemas de
                  relacionamento, mas acusava outras pessoas, culpando as por esses problemas.
                  No início, sempre que Harriet se considerava em estado de emergência emocional,
                  ela enviava mensagens para o meu Pager. Ficava furiosa com todo mundo, inclusive
                  comigo, e sentia que tinha o direito de expressar a sua raiva praguejando, gritando e
                  tendo acessos de fúria. Nossas sessões com freqüência eram repletas desse tipo de
                  explosão. Ela acreditava que os terapeutas tinham a obrigação de lidar com esses
                  comportamentos, pois eram uma forma desesperada de fazer com que
                  compreendessem a profundidade da sua dor.
                  As explosões infantis não beneficiavam os relacionamentos de Harriet nem a
                  ajudavam a lidar com os seus sentimentos. Ela estava convencida de que as outras
                  pessoas não gostariam dela caso falasse a respeito do que sentia. Não falava, mas
                  explodia. Para prevenir a rejeição que imaginava, Harriet tinha um comportamento
                  hostil. Ela se sentia melhor quando a rejeição vinha dela.
                  Aos poucos Harriet foi percebendo que a       sua expectativa de rejeição a impedia de
                  receber o que precisava dos outros e começou a mudar a maneira como expressava
                  seus sentimentos. Em vez de violentas explosões que criavam o distanciamento,
                  Harriet começou a externar sentimentos de dor e vulnerabilidade, a falar sobre eles e
                  a pedir ajuda, tal como faz uma criança confiante. Surpreendeu-se ao ser ouvida e
                  acolhida. Harriet descobriu pela primeira vez na vida que quando revelava suas
                  emoções com a sinceridade das crianças ela se tornava mais atraente. Suas
                  tentativas corajosas de manifestar sua vulnerabilidade faziam as pessoas gostar
                  mais dela, em vez rejeitá-la, como ela sempre temera.
                  O maior benefício dessa mudança foi a transformação no modo como ela se sentia a
                  respeito de si mesma. Harriet parou de recear ser rejeitada pelos outros e começou
                  a se considerar uma pessoa melhor.
                  Esse era o tipo de atitude própria das crianças a que Jesus estava se referindo. Ele
                  recomendou que as pessoas "se tornassem como crianças" para serem mais
                  abertas e confiantes. Por incrível que pareça, ter medo de manifestar a própria
                  vulnerabilidade é a forma mais poderosa de viver.





                  PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Os atos infantis afastam, enquanto que as ações próprias
                                                    das crianças atraem.
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