Page 76 - Microsoft Word - Mark.W.Baker-Jesus.o.maior.psicologo.que.ja.existiu[doc-re–
P. 76
P entregar-se às suas emoções. Isso fazia com que as pessoas se sentissem
P
próximas dele, enquanto que o seu senso de responsabilidade confiável as fazia
sentir-se seguras em sua presença.
Harriet envolvera-se repetidas vezes em relacionamentos intensos e problemáticos
que nunca davam certo. Sempre que alguém a desapontava, tinha explosões de
raiva, embora já tivesse passado por inúmeras sessões de terapia tentando entender
seus problemas com a sensação de abandono. Durante as nossas sessões, Harriet
tinha dificuldade em admitir sua parte de responsabilidade em seus problemas de
relacionamento, mas acusava outras pessoas, culpando as por esses problemas.
No início, sempre que Harriet se considerava em estado de emergência emocional,
ela enviava mensagens para o meu Pager. Ficava furiosa com todo mundo, inclusive
comigo, e sentia que tinha o direito de expressar a sua raiva praguejando, gritando e
tendo acessos de fúria. Nossas sessões com freqüência eram repletas desse tipo de
explosão. Ela acreditava que os terapeutas tinham a obrigação de lidar com esses
comportamentos, pois eram uma forma desesperada de fazer com que
compreendessem a profundidade da sua dor.
As explosões infantis não beneficiavam os relacionamentos de Harriet nem a
ajudavam a lidar com os seus sentimentos. Ela estava convencida de que as outras
pessoas não gostariam dela caso falasse a respeito do que sentia. Não falava, mas
explodia. Para prevenir a rejeição que imaginava, Harriet tinha um comportamento
hostil. Ela se sentia melhor quando a rejeição vinha dela.
Aos poucos Harriet foi percebendo que a sua expectativa de rejeição a impedia de
receber o que precisava dos outros e começou a mudar a maneira como expressava
seus sentimentos. Em vez de violentas explosões que criavam o distanciamento,
Harriet começou a externar sentimentos de dor e vulnerabilidade, a falar sobre eles e
a pedir ajuda, tal como faz uma criança confiante. Surpreendeu-se ao ser ouvida e
acolhida. Harriet descobriu pela primeira vez na vida que quando revelava suas
emoções com a sinceridade das crianças ela se tornava mais atraente. Suas
tentativas corajosas de manifestar sua vulnerabilidade faziam as pessoas gostar
mais dela, em vez rejeitá-la, como ela sempre temera.
O maior benefício dessa mudança foi a transformação no modo como ela se sentia a
respeito de si mesma. Harriet parou de recear ser rejeitada pelos outros e começou
a se considerar uma pessoa melhor.
Esse era o tipo de atitude própria das crianças a que Jesus estava se referindo. Ele
recomendou que as pessoas "se tornassem como crianças" para serem mais
abertas e confiantes. Por incrível que pareça, ter medo de manifestar a própria
vulnerabilidade é a forma mais poderosa de viver.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Os atos infantis afastam, enquanto que as ações próprias
das crianças atraem.