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P O PAPEL DOS SENTIMENTOS NO CRESCIMENTO
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"Deixai vir a mim as criancinhas."
Lucas 18:16
Brittany, de sete anos, era uma menina difícil. Ficava freqüentemente zangada e
tinha um comportamento agressivo, o que dificultava muito o seu relacionamento
com as outras crianças. Mordia, chutava e arranhava qualquer pessoa que a
perturbasse, e seus acessos de raiva eram exaustivos para todo mundo, inclusive
para ela. Alarmados e confusos com o comportamento da filha, seus pais
procuraram ajuda profissional.
Quando Paula viu Brittany pela primeira vez, soube que tinha um trabalho difícil pela
frente. A menina, sentada no chão no meio do quarto, quebrava os seus brinquedos.
Perguntar a Brittany por que ela estava sendo tão destrutiva era inútil, porque a
menina não sabia. Estava externando sentimentos que tinha dentro de si, mas não
conseguia expressar de outra maneira.
Paula compreendeu isso. Era muito claro que Brittany estava zangada, mas era mais
difícil perceber que a raiva encobria o medo. Paula sentiu que precisava acolher os
sentimentos de Brittany de uma maneira que fizesse a menina sentir-se segura.
Como Brittany se expressava mais fisicamente, Paula tinha que lidar com ela nesse
nível. Se Brittany gritava, Paula dizia: "Estou vendo que você está muito zangada."
Mas se Brittany queria arranhar ou morder, Paula a segurava com firmeza até que
ela se acalmasse.
Como a menina estava ao mesmo tempo zangada e com medo, Paula precisava
respeitar essas emoções no relacionamento das duas. Ela queria ajudar Brittany a
expressar todas as emoções, não apenas a raiva.
Com o tempo, em decorrência da terapia com Paula, Brittany mudou. Socialmente,
ela ainda é um tanto inábil, mas deixou de ser tão violenta quanto antes. É mais
capaz agora de falar sobre seus sentimentos, de modo que tem menos necessidade
de externá-los por meio de ações. Brittany aprendeu que pode expressar o seu
medo e que ele pode ser bem recebido pelos outros, o que a faz sentir-se mais
segura. Ela cresceu como pessoa porque consegue manifestar melhor suas
emoções. A habilidade com que Paula acolheu os sentimentos de Brittany foi uma
libertação para a menina. O relacionamento das duas é um exemplo do crescimento
que pode acontecer quando acolhemos amorosamente todas as emoções que
alguém nos traz, exatamente como Jesus fazia.
Jesus sempre recebeu bem as crianças. Ele conhecia a importância de ser receptivo
à abertura delas. Hoje sabemos que o cérebro humano precisa experimentar a
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acolhida aos sentimentos para poder desenvolver-se adequadamente. Cada vez
que uma criança é capaz de identificar um sentimento, como "Eu estou triste" ou "Eu
estou feliz", ela desenvolve uma noção mais forte de quem é o "eu" que está tendo o
sentimento. A criança aprende que é o seu "eu" que está tendo sentimentos tristes
ou alegres e que eles não estão vindo de outra pessoa ou de outro lugar. Os pais
que acolhem os sentimentos dos seus filhos estão na verdade ajudando-os a
solidificar uma identidade que os conduzirá através da vida. Ajudar as crianças, e
também os adultos, a identificar os seus sentimentos os ajuda a crescer.
O ardente desejo de Jesus de acolher as crianças é um modelo psicológico para
nós. Ao receber com alegria a espontaneidade emocional das crianças, ele estava