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P OS SERES HUMANOS GOSTAM DE RACIONALIZAR
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"O coração do homem determina as suas palavras."
Mateus 12:34 (Living Bible)
Christopher acha que as emoções são sinal de fraqueza. Sua mãe lutou contra a
depressão quando ele era criança, e seu pai freqüentemente o castigava com raiva.
Ele jurou que nunca seria como eles. A mulher de Christopher pediu o divórcio após
quatro anos de casamento porque "suas necessidades emocionais não estavam
sendo satisfeitas", o que o deixou ainda mais convencido de que as pessoas que
vivem com base nas emoções acabam destruindo tudo à sua volta.
Christopher acredita que as pessoas racionais são de confiança e as pessoas
emocionais são fracas e patéticas. Considera que seu único erro no casamento foi
não ter percebido antes como sua esposa era emocional.
O que Christopher não percebe é que a sua conclusão a respeito das emoções está
profundamente ligada ao que sofreu na infância. Por este motivo, ele não foi capaz
de criar uma intimidade emocional com a mulher, o que fez com que o casamento
acabasse muito antes de ela deixá-lo. A sua insistência em afirmar que o fato de ela
ser "excessivamente emocional" tinha sido a causa do divórcio foi na verdade uma
racionalização que ele usou para defender-se.
Christopher tinha um medo enorme de que a mulher o magoasse depois de toda a
dor que os seus pais haviam lhe causado. O problema não era o fato de a sua
mulher ser emocional demais, mas de ele depreciar e negar as emoções.
Christopher possui um argumento racional para explicar como as emoções
arrumaram a sua vida. O que não percebe é o papel que ele próprio desempenhou
na destruição do casamento. Apesar de achar que sua decisão de evitar as emoções
era racional, foi uma decisão puramente emocional. E como ele não tem consciência
disso, fica sujeito ao poder destrutivo de uma emoção não controlada.
As agências de publicidade, os políticos, os profissionais da área de vendas - todas
as pessoas que lidam com a maneira como tomamos decisões - sabem que os
impulsos, os desejos e os sentimentos são as verdadeiras motivações por trás do
nosso processo de tomada de decisões. Freqüentemente pensamos estar sendo
objetivos e racionais para emprestar maior credibilidade às nossas conclusões. Mas
a verdade é que seguimos o coração nas conclusões a que chegamos, mesmo
quando insistimos em negar isso.
Jesus freqüentemente seguia a paixão do seu coração, mesmo quando ela não fazia
nenhum sentido lógico para aqueles que o cercavam. Quando decidiu escolher um
grupo de discípulos para o seu círculo mais chegado de amigos, o seu principal
critério não foi a educação e nem mesmo a inteligência. Ele preferiu aqueles
capazes de "entender com o coração". Jesus não tentou mudar o mundo com uma
nova filosofia ou um melhor conjunto de princípios espirituais que pudessem ser
ensinados de modo acadêmico. Ele sabia que o Reino de Deus seria difundido pelo
impacto do que as pessoas sentiam no coração.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL: Justificamos na mente o que decidimos no coração.