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P profundidade do nosso ser. Foi por esse motivo que Jesus nos disse para limpar
P
primeiro o interior do copo.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A mudança duradoura acontece de dentro para fora.
O QUE NÃO SABEMOS PODE NOS FERIR
"Todo reino dividido contra si mesmo será destruído e toda cidade ou família dividida
contra si mesma não subsistirá.”
Mateus 12:25
Darlene veio fazer terapia para trabalhar os seus relacionamentos com os homens.
Ela desejava ardentemente encontrar um companheiro para poder se casar e ter
filhos, mas apesar de estar no meio da casa dos trinta nunca tivera um envolvimento
romântico com um homem. "Meu maior problema", confessou-me ela, "é que eu me
acho feia.”
Fiquei um pouco surpreso com a declaração de Darlene, pois eu a considerava uma
moça atraente e sempre preocupada com a própria aparência. Ela passou a
descrever o seu doloroso constrangimento na presença dos homens e os
sentimentos embaraçosos com os quais tinha que lidar sempre que pensava em se
envolver romanticamente.
- Eu sei que não sou burra e que às vezes a minha conversa é interessante. Mas
não consigo deixar de pensar que qualquer homem por quem eu pudesse me
interessar me acharia fisicamente repulsiva. Tenho certeza de que deve haver algum
cara que tenha vontade de fazer sexo comigo, mas acho que nenhum homem que
eu considere realmente atraente também se sentiria atraído por mim.
Darlene cresceu com um pai que dificultava a sua vida. Ela nunca sabia o que
esperar quando voltava para casa depois da escola. O pai era geralmente rude e
agressivo com Darlene e com a mãe dela quando bebia, o que freqüentemente fazia
a adolescente ter vontade de se tornar invisível. Se pudesse, ela trocaria de vida
com qualquer pessoa no planeta.
Infelizmente, a mãe de Darlene pouco podia ajudá-la. Era uma mulher passiva e
incapaz de controlar o marido ou de proteger a filha das explosões dele. Darlene
vacilava entre esperar que um dia seu pai notasse que ela era uma boa pessoa e
parasse de maltratá-la e desejar que ele morresse. Nenhuma dessas duas
esperanças, no entanto, fazia Darlene sentir-se bem a respeito de si mesma. Este
processo desenvolveu nela a convicção inconsciente de que o pai não a valorizava o
suficiente para mudar de comportamento, e ela começou a sentir ódio dele. Este
ódio do pai e o desejo que ele morresse davam-lhe a impressão de ser uma pessoa
feia por dentro.
Darlene estava envolvida num conflito entre suas convicções inconscientes a
respeito de si mesma e sua vida consciente do dia a dia. Inconscientemente, ela
acreditava que era uma pessoa feia que não valia grande coisa, embora
conscientemente soubesse que a sua vida agora era diferente. Somente quando se
deu conta de que se achava feia por causa do ódio que sentia pelo pai é que