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P Susan, sua filha de 13 anos, tem medo de pedir ao pai para ir ao cinema, temendo
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tornar-se também objeto da ira de Bill. Como a maioria das crianças da sua idade,
Susan admira muitos atores e, ao contrário do pai, não considera os filmes deles tão
censuráveis.
Bill acha que as pessoas que produzem filmes com cenas de sexo estão apenas
tentando controlar os outros por meio dos seus sentimentos sexuais e que qualquer
pessoa que pague para assistir a esses filmes está sucumbindo a desejos nocivos.
Susan quer sentir-se tão normal quanto os amigos, não apenas a respeito de sua se-
xualidade como também da sua vontade de ir ao cinema. Mas a reação do pai não
só ao sexo nos filmes como também às pessoas que trabalham na indústria do
cinema parece afastá-la mais dele. Susan não ousa falar sobre seus sentimentos,
justamente no momento da vida em que mais precisaria abrir-se com o pai. Ela gos-
taria de conversar com o pai a respeito de assuntos sexuais, mas não tem coragem.
Bill não consegue perceber que o seu ódio aos atores que ele acredita estarem
tentando controlar os outros por meio do sexo é na verdade uma maneira de ele
próprio exercer o controle. Bill luta em segredo com fantasias sexuais e sente raiva
de si mesmo por freqüentemente ceder a elas. No decorrer dos anos, ele chegou à
conclusão de que a única maneira de controlar a sua atração pela pornografia é
odiando os sentimentos de luxúria que ela estimula nele. Ele se sente de tal modo
controlado interiormente por esses sentimentos que tenta desesperadamente
controlar todas as pessoas externas. Além de não funcionar, essa forma de controlar
as fantasias sexuais está criando um distanciamento entre ele e a filha. Bill precisa
parar de concentrar-se tanto na sua censura ao sexo na indústria do cinema e
começar a examinar mais o que se passa com ele.
Jesus parecia compreender que quando nos descobrimos odiando alguma coisa nos
outros devemos parar e verificar se temos algo parecido em nós. Condenar os
outros por um defeito contra o qual lutamos em nós mesmos é como preocupar-nos
com o "cisco" nos olhos de uma pessoa, a respeito do qual nada podemos fazer,
enquanto temos uma "trave" no olho que requer uma atenção imediata. Às vezes, a
cura do nosso ódio pelas outras pessoas começa com um exame sincero do que
guardamos no inconsciente.
PRINCÍPIO ESPIRITUAL: O ódio aos outros freqüentemente é sintoma de uma
ferida interna em nós mesmos.
A HISTÓRIA SE REPETE, A NÃO SER...
"Como poderá alguém entrar na casa de um homem forte e roubar os seus haveres
se antes não o tiver amarrado?”
Mateus 12:29
Quando fui fazer terapia pela primeira vez, eu sabia que meu principal problema era
o meu relacionamento com o meu pai. Eu estava constantemente em conflito com
ele e ressentia-me da maneira como havia sido tratado na infância e na
adolescência. Eu raramente tinha contato com meu pai depois de adulto e encurtara
as minhas visitas à casa dele durante as festas para evitar que acabássemos tendo
uma das nossas típicas brigas sem sentido.