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P JESUS PREGOU RELACIONAMENTOS E NÃO REGRAS
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"Todos saberão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros.”
João 13:35
Jack veio fazer terapia porque havia prometido a si mesmo que se perdesse a
paciência e quebrasse de novo alguma coisa procuraria ajuda profissional. Ele
sempre cumpre suas promessas. Na verdade, não acredita que a raiva que sente
seja um problema; ele apenas acha que a maioria das pessoas tem um
comportamento muito condescendente, o que ele considera extremamente irritante.
Jack sempre tenta fazer a coisa certa. Por que não deveria esperar o mesmo de
todas as outras pessoas? Jack sente que tem o direito de ficar zangado quando os
outros o desapontam.
No início, ele teve dificuldade com a terapia porque fazia questão de seguir regras.
Queria saber como devíamos começar as sessões, ou seja, se tínhamos que
retomar as coisas do ponto onde havíamos parado na última vez e exatamente
sobre que tipo de coisas devíamos conversar. Jack acreditava que as pessoas boas
seguem as regras, e as más estragam tudo. Por esse motivo ele tentava seguir
religiosamente as regras em todos os aspectos da sua vida.
Ele levou bastante tempo para entender que tanto na terapia de boa qualidade
quanto na religião de bom nível as regras só existem e são usadas para favorecer
melhores relacionamentos. Não existe nenhum mérito em seguir regras só pelo fato
de serem regras. Jack não compreendia isso. Para ele o simples fato de uma pessoa
seguir rigidamente as regras indicava a qualidade da pessoa, e por isso ele se enrai-
vecia quando as regras não eram obedecidas ao pé da letra. Ele rejeitava a idéia de
que uma pessoa boa talvez tivesse às vezes que sacrificar algumas regras para
preservar seus relacionamentos com os outros, pois as considerava mais
importantes do que os relacionamentos.
Jack começou aos poucos a perceber que o relacionamento que tinha comigo o
estava ajudando, apesar de eu não seguir o que ele imaginara como sendo as
regras da terapia. No início, ele se aborreceu comigo, mas acabou concluindo que
poderia ser de algum modo beneficiado por eu compreendê-lo. Jack começou a
sentir a minha importância por eu ser quem era e não por eu ter um desempenho à
altura do que ele esperava. Foi uma grande libertação quando Jack descobriu que
era isso exatamente o que ele queria sentir por si mesmo. Ele vinha seguindo
religiosamente as regras porque tinha medo de não ser considerado uma boa
pessoa. Jack está começando a acreditar que os outros poderão achar que ele tem
valor por ser quem é, mesmo que o seu desempenho não corresponda às
expectativas deles. Está começando a compreender a diferença entre a religião em
que acreditava, na qual as regras têm primazia, e a religião de Jesus, na qual os
relacionamentos são o ponto principal.
Jesus não pregou uma filosofia de vida e não deixou um conjunto de regras
religiosas para serem seguidas. Ele se expressava por meio de analogias, oferecia
princípios espirituais e falava sobre o amor como a marca que distinguia aqueles que
o seguiam. Ele disse: "Todos saberão que sois meus discípulos se vos amardes uns
aos outros", porque esta era a mais pura explicação da religião que ele pregava. A
religião dele era de relacionamentos e não de regras A psicologia está chegando à
conclusão de que os seres humanos não podem existir sem um relacionamento