Page 92 - Microsoft Word - Mark.W.Baker-Jesus.o.maior.psicologo.que.ja.existiu[doc-re–
P. 92

P         delas contra a psicologia, mas acabei descobrindo algumas abordagens bastante
          P

                  proveitosas. Por desejar compartilhar o que aprendera com outros profissionais,
                  escrevi um artigo e submeti-o a uma famosa revista técnica na área da psicoterapia.
                  Fiquei consternado ao ser informado que o artigo tinha sido rejeitado. O editor da
                  publicação incluiu na carta que me enviou os comentários da pessoa que fez a
                  análise do meu artigo. Fiquei surpreso com os comentários, que eram concisos,
                  hostis e extremamente pejorativos. No final da análise, em que apaixonadamente
                  argumentava que o assunto em questão não era adequado a uma revista de psicolo-
                  gia, as frases estavam incompletas evidenciando a raiva de quem escrevera. Ficou
                  claro para mim que ele não tinha terminado de ler o meu artigo porque várias das
                  suas objeções haviam sido respondidas na parte final do meu texto.
                  Eu escrevera o artigo para ajudar os psicoterapeutas a entender os preconceitos dos
                  pacientes religiosos. No entanto, vários psicoterapeutas também estão precisando
                  de ajuda com relação aos seus próprios preconceitos contra a religião. A
                  necessidade de     menosprezar aqueles que não compreendemos decorre de um
                  amor-próprio excessivo que prejudica a nossa própria saúde espiritual e psicológica.
                  O fato de o meu artigo ter sido rejeitado é irônico se levarmos em conta seu tema
                  central: podemos ser dogmáticos com relação à religião ou à psicologia, mas ao nos
                  considerarmos superiores aos outros e ao       achar que não precisamos do que eles
                  têm a nos oferecer estamos causando um dano a nós mesmos. Meu artigo acabou
                  sendo publicado em uma revista de psicologia conhecida por interessar-se tanto pela
                  psicologia quanto pela religião. No entanto, não consegui deixar de pensar que os
                  leitores da primeira revista talvez fossem os que mais precisassem ler o que eu
                  estava tentando dizer.
                  O que Jesus criticava como excesso de amor-próprio a psicologia chama de
                  narcisismo, que acontece quando a pessoa tem uma visão grandiosa de si mesma
                  para    defender-se    das    próprias   imperfeições.    O    narcisismo    prejudica   o
                  relacionamento com os outros e cria uma barreira tanto para a            saúde espiritual
                  quanto para a psicológica.
                  Algumas pessoas não acreditam que a          psicologia e a religião sejam compatíveis,
                  chegando ao ponto de descrever as divergências entre elas como uma "guerra".
                  Quando a psicologia é excessivamente narcisista e não admite que a religião tenha
                  alguma coisa a    oferecer para o entendimento do comportamento humano, ela é
                  culpada de um excesso de amor-próprio. Quando a religião tem um amor-próprio
                  exagerado e não admite que a psicologia tenha algo a oferecer para o entendimento
                  do coração e da mente humana, ela é culpada de narcisismo. Aqueles que são
                  suficientemente humildes para admitir que podem aprender com os outros sem os
                  desprezarem estão no caminho da saúde psicológica e espiritual à qual Jesus se
                  referiu.



                       PRINCÍPIO ESPIRITUAL: A arrogância que nos leva a acreditar que somos
                             superiores aos outros tem origem no medo de sermos inferiores.
   87   88   89   90   91   92   93   94   95   96   97