Page 136 - O vilarejo das flores
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e disse que àquele filho não era dele. Que ela era uma aproveitadora!
Todo o vilarejo ficou do lado dele. –Disse Bibiana da maneira mais
convincente possível.
—Céus! Quem é esse homem? E você vai casar com ele?
—Amiga, como eu disse, meus pais ajeitaram tudo. Fui obrigada, e
agora estou apaixonada e de compromisso marcado. Nada que eu
possa me desvencilhar. Mas você pode. Pode ir embora e esquecer
tudo isso, começar de novo. Se você quiser o médico pode contar
comigo. Melhor pensar rápido, porque o tempo está passando.
Aimeé levantou a cabeça e encarou Bibiana dizendo:
—Posso ter me decepcionado com Francis, porque eu o conhecia a
pouco tempo. Mas me decepcionei mais ainda com você. Crescemos
juntas, partilhamos tanta coisa e você só tem isso para me dizer?
Aimeé nem esperou a resposta de Bibiana. Levantou-se e
caminhou em direção a porta. Bibiana quando viu Aimeé ir embora
sentiu um grande alívio. Seu casamento estava salvo. Sentia-se
culpada também, mas sua felicidade em casar era mais forte.
Aimeé andava sem rumo pela noite. A lua era sua única
companheira. Sentia que a vida tinha abandonado seu corpo.
Dirigiu-se para a pensão de Dona Anna e avistou Sancler do lado de
fora. Quando este a viu foi ao encontro dela.
—Aimeé? Estava ficando preocupado...
Aimeé atirou-se nos braços de Sancler aos prantos.
—Ele não vai me aceitar! Ele mudou! O que faço? – Aimeé falava
frases desconexas, abraçada a Sancler.
—O que aconteceu Aimeé? Não entendo! Acalme-se! – Pedia Sancler
preocupado. Pegou Aimeé no colo e a levou para dentro.
Na saleta da pensão, Sancler a pôs num pequeno sofá. Com o
olhar perdido, repetia para si mesma:
—Estou perdida! Perdida!
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