Page 133 - O vilarejo das flores
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—Depois que vocês se foram, Francis veio conversar comigo. Disse
que você o amava, mas os seus pais não o aceitavam, por isso te
levaram. Pensei que ele ficaria triste, mas logo se recuperou. Tornou-
se um comerciante e comprou várias terras. Fez àquela casa no vale e
passou a andar entre os grandes proprietários de terra e um deles era
o meu pai. Passou a me enviar flores. Eu não entendia quais eram a
intenções dele. Deixei muito claro para ele que você era minha amiga
e que eu não queria nada com ele. Mas meus pais – dissimulava
Bibiana – obrigaram-me a aceitar o cortejo dele. Precisava ouvir o
que eles falavam: “Você está solteirona! Ele está interessado em se
casar. É sua única chance. ” Fiquei desesperada e não tive escolha.
Agora estamos apaixonados, ele...Ele me pediu em casamento.
Aimeé sentou na cama com o golpe.
—Não pode ser o mesmo Francis que conheci. – disse Aimeé
transtornada – Eu confiava no Francis com os olhos fechados. Ele
dizia que me amava e que nunca amou alguém assim.
Bibiana sentiu uma raiva por dentro com o comentário de Aimeé,
porque ela no fundo sabia que Francis não a amava e que estava para
se casar com ela por respeito e agradecimento. Precisava tirá-la do
caminho, então continuou a alfinetá-la.
—Lembra que eu te avisei amiga? Ele queria só se aproveitar da sua
posição financeira. Agora que ele tem dinheiro...é muito triste o que
vou falar, agora ele não precisa mais de você. Sabe o que ele me disse:
que foi VOCÊ que insistiu para que ficassem juntos.
—Ele que insistiu? -Repetiu Aimeé perplexa- Ele ficou atrás de
mim dizendo que queria me ver, que ensinasse a ele sobre o que eu
acreditava.
—Mas para mim, ele disse que você se insinuava para ele, mandava
bilhetes e ia a casa dele todos os dias.
—Não pode ser! Esse Francis, essa pessoa que você fala, não podem
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