Page 128 - O vilarejo das flores
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—Sim. É um bom patrão. Generoso. Tem um casarão.
—Aonde?
—No vale das cachoeiras.
—No vale...? Mas como àquelas terras foram compradas? - pergun-
tou Aimeé pensando na casa que Francis tinha construído.
—Bom, ele construiu uma casa no vale e ofereceu muito emprego. É
um patrão generoso. Foi ele que me aconselhou a vender mercadoria
em outro vilarejo.
—Nossa! Quantas mudanças! - Exclamou Aimeé apreensiva.
—E aconteceram logo depois que você mudou...Veja! Lá está o vil-
arejo.- disse Sancler fazendo um sinal indicando.
Aimeé sentiu um frio no estômago. Estava feliz de estar de
volta, queria ver Francis, mas sentia medo. Não sabia bem do quê,
mas este sentimento se apoderava dela.
Sancler parou a carroça perto do casarão do Vale. Aimeé
pôde ver com tristeza que tudo que conhecia havia desaparecido. No
lugar estava uma casa e criação de muitos animais. Andando ela viu
a casa que Francis tinha construído. Estava fechada com tábuas.
Perguntava-se: “Porque o dono não destruiu a casa”? Sancler aprox-
imou-se e perguntou:
—O que você vai fazer agora?
—Não sei. Você sabe por que o dono não destruiu esta casa? - per-
guntou ela com medo de saber a resposta.
—Agora que estou vendo esta casa. Parece uma casinha de bonecas?
—Comentou Sancler sorrindo.
—Parece mesmo. - Disse Aimeé desanimada- Essa casa era para
mim.
—Para você? Quer dizer...
—Ele fez para mim. - Suspirou- Nós iríamos morar aqui... Mas ag-
ora estou de volta e ninguém vai impedir minha felicidade. – Disse
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