Page 130 - O vilarejo das flores
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Sem saber onde procurar Francis, Aimeé foi atrás da única
pessoa que sabia do relacionamento deles. Bibiana.
Aimeé entrou no Vilarejo das Flores com muito cuidado para
não ser reconhecida. Colocou o capuz da capa que trajava e andava
de cabeça baixa.
O vilarejo das Flores continuava o mesmo. O único lugar
mudado fora o vale. Já era noite e quando Aimeé chegou à esquina da
casa da amiga, ela percebeu alguém saindo de sua casa e se escondeu.
Estava distante, porém podia ver nitidamente um rapaz muito bem
vestido de costas. Quando o rapaz virou para ajudar Bibiana a
entrar na carruagem, pode vê-lo. Era Francis. Aimeé sentiu as forças
faltarem como se algo a puxasse para baixo. A visão escureceu e ela
caiu no chão. Colocou a mão no rosto e ouviu o galope. Recobrou a
consciência e viu a carruagem passando. Tomou coragem e levantou-
se para segui-la.
Aimeé conseguiu acompanhar a carruagem e percebeu
quando esta parou no jardim do casarão do vale. Ofegante,
aproximou-se da residência e esgueirou-se por uma janela onde
pode ver os pais de Bibiana sorrindo, alguns moradores do vilarejo,
Fidias sentado, Firenze e o próprio Francis abraçado com Bibiana.
Fizeram um brinde e ele a beijou na testa. Bibiana sorria de bochecha
a bochecha. Todos olhavam para a mão dela.
Àquela cena era inacreditável, impossível. “Estou em um
pesadelo”? Perguntava-se. Suas entranhas se corroíam. “Não pode
ser, não pode ser? Deve ser algum engano? ” Repetia para si mesma
com as mãos na cabeça. Sentia vontade de gritar, de chorar. Tremia da
cabeça aos pés. Caiu sentada no chão e começou a vomitar e chorar
ao mesmo tempo. Ouviu um barulho de alguém se aproximando e
saiu correndo de volta ao Vilarejo.
Disposta a saber sobre a cena que tinha visto, Aimeé dirigiu-
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