Page 137 - O vilarejo das flores
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—Não Aimeé! Não está perdida! Já te achei. – Brincou Sancler.
—Só você para me animar. –Murmurou Aimeé com um meio sorriso.
—Lembra-se de quando você me animava? É para isso que servem
os amigos. Você ensinou-me toda essa crença em Deus, ensinou-me
a acreditar em mim. Ensinou-me a acreditar que tudo vai dar certo,
não importa como a situação se encontre. Lembra?
—Lembro sim. Estou tentando ser positiva, mas...
—Tentando? Nada de tentar. Uma amiga minha dizia: Pare de tentar.
Comece a conseguir. Não há problema que não possa ser resolvido.
Se você acha que a vinda desse bebê é um problema, afirmo que tudo
tem um motivo para ser. O pai...
—O pai não quer saber. – Disse Aimeé sentindo um buraco no peito.
Sancler recebeu essa notícia com grande tristeza. Recompondo-se
continuou:
—Aimeé, uma vez uma menina me fez acreditar que o impossível
poderia acontecer, mesmo que tudo estivesse desmoronando. Agora
essa menina está incrédula na minha frente e tudo que consigo sentir
é: tristeza e medo. Mas eu prefiro acreditar naquela menina de antes,
quando tudo era possível. Por hoje, vamos dormir e descansar. Você
verá que tudo estará mais claro amanhã.
Aimeé sem chão, subiu com Sancler para o quarto. Este
dormia na pousada com a mãe. O dinheiro que ganhava só dava
para pagar um quarto. Ketelijn acostumada com a vida abastada de
antes, brigava com o filho todo tempo.
—Sancler, não quero ficar te incomodando. Seu dinheiro é pouco
e..- insistia Aimeé preocupada com Sancler.
—Aimeé, quero que fique conosco hoje. Amanhã será outro dia. –
retrucou ele.
Ao entrarem no quarto, foram recebidos pelo mau humor de Ketelijn.
—Até que enfim você chegou, vieram te procurar do depósito...
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